Foi noticiada a morte de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) do Rio de Janeiro, integrante de milícia, e suspeito de estar envolvido, direta ou indiretamente, com a morte da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ), executada em uma emboscada até agora não explicada por nenhuma autoridade.
Por outro lado, a Corregedoria da PM de São Paulo concluiu, recentemente, que os policiais envolvidos na chacina de Paraisópolis não possuem responsabilidade alguma sobre os jovens mortos na ação. Que, na verdade, os policiais agiram em “legítima defesa”, apesar das imagens todas, divulgadas amplamente na internet, negarem essa versão.
Para ambos os casos, e outros tantos, a esquerda tende, no geral, a apresentar como saída para o problema as “investigações”, que deveriam ser feitas pelas próprias instituições golpistas, como o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Corregedoria da PM, etc.
Outro setor é ainda mais radical na manutenção do golpe de Estado, da repressão e das instituições burguesas. Como é o caso de Luciana Genro (PSOL), que defende melhorias das “condições de trabalho” dos integrantes dos órgãos repressivos. Melhores pistolas, melhores cacetetes, enfim, melhores equipamentos de tortura e morte do povo.
Por outro lado, ainda existem grupos que defendem a “desmilitarização” da PM, como se isso fosse resolver o problema. Fato é que as milícias cariocas, como já foi denunciado, é uma espécie de PM desmilitarizada, já que os integrantes dessas milícias são PMs ou policiais afastados, como o caso de Adriano, morto em “confronto” com a PM baiana, que cumpria um mandado de prisão. Em último caso, não respondem militarmente a nada.
Ainda sobre a desmilitarização, valeria citar as guardas civis, que, nos mais variados municípios brasileiros, funcionam como estagiários da PM, sendo que não são militarizados. Nesse sentido, a “desmilitarização” não é saída para o fim da repressão contra o povo trabalhador.
É preciso denunciar que, em ano de eleição, a esquerda pequeno-burguesa faz questão de flexibilizar o seu programa, buscando, de todo jeito, votos, mesmo que sejam votos entre as forças de repressão do estado. É o que já foi visto no caso de Marcelo Freixo (PSOL), árduo defensor das Unidades de Polícia Pacificadoras do Rio de Janeiro. Organizações que, por exemplo, deram cabo do pedreiro Amarildo Dias de Souza. Nem falar dos governadores do PT, no Nordeste, que estão totalmente nas mãos da direita golpista.
Ao contrário dessas posições, é preciso colocar nas ruas a luta contra Bolsonaro, contra a repressão policial. Aprofundar a disposição já existente do povo em derrotar o regime dos direitistas que querem o sangue do povo negro, do povo trabalhador.