Em sua live semanal, transmitida pelas redes sociais, na última quinta (dia 5, na foto) o presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, ao comentar o “pibinho” de 2019, isto é, o baixo índice de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de apenas 1,1%, o pior dos três anos de governos pós-golpe de Estado, declarou que “tá muito bem a economia, graças a Deus”.
Isso, depois de “explicações”, que nem ele mesmo entendeu, como a de que a economia “teve altos e baixos sim”, após as quais concluiu – contrariando a realidade – que há “um crescimento de 4,6%”.
A “enrolação” não é um privilégio do ex-capitão. O ministro da Economia, Paulo Guedes, até bem pouco apresentado – pela imprensa capitalista e pelo centrão – como a parte “boa” e “eficiente” do governo golpista ao tentar explicar a disparada do dólar que no paralelo ultrapassou os R$ 5, afirmou “não acreditar em fuga de capital”, se opondo à realidade que mostra que “os investidores estrangeiros retiraram R$ 44,8 bilhões da bolsa brasileira este ano – valor maior que os R$ 44,5 bilhões que saíram em todo o ano passado, e que foram recorde para um ano fechado de toda a série histórica divulgada pela B3, iniciada em 2004”. Para em seguida acrescentar que “estou dizendo que é um câmbio que flutua, se eu fizer muita besteira, ele pode ir para esse nível [R$ 5]. Se eu fizer muita coisa certa, ele pode descer”.
Mas a realidade não muda com palavras.
Por todos os lados não pará de crescer a crise econômica, produto direto do regime golpista. A própria imprensa capitalista passou a falar de segunda “década perdida” (a primeira foi a dos anos 90, do século passado, dos anos de Collor e FHC) destacando que “para evitar ‘década perdida’, PIB tem de crescer 10% neste ano“, o que ninguém considera como uma possibilidade real, uma vez que com o resultado minúsculo de 2019 (1,1%) , a economia brasileira acumula crescimento médio de 0,7% entre 2011 e 2019 e vai em direção à pior década em 120 anos.
O retrocesso econômico, resultado da política de destruição da economia nacional levada adiante pelo golpe de Estado em favor do imperialismo que impulsionou e organizou o golpe, aprofunda a crise e a divisão no interior da burguesia que apoiou a “eleição” (fraude eleitoral) de Bolsonaro, para evitar a vitoria da esquerda, depois de ter apoiado a derrubada de Dilma Rousseff, a condenação e prisão arbitrária e ilegal do ex-presidente Lula e lucrou (ainda que “migalhas”) com a expropriação dos trabalhadores promovida pelas “reforma” dos governos golpistas e com toda a política de aumento do desemprego, rebaixamento dos salários, retirada de direitos conquistados em décadas de luta dos trabalhadores, aumento da repressão contra a população pobre e demais explorados etc.
Essa situação se evidencia nos atritos de Bolsonaro com o Congresso, comandado pelo reacionário “centrão”, nos atritos dos políticos e partidos de direita que apoiaram Bolsonaro com o presidente, com o racha do PSL com Bolsonaro etc. etc. etc. E até na divisão das hostes bolsonaristas em torno da convocação do ato do próximo dia 15 de março em apoio ao presidente e a um regime ainda mais ditatorial.
Enquanto a burguesia se divide, cresce a revolta popular contra o governo, como se viu no carnaval e se expressa nas mobilizações – ainda que limitadas pela política das direções – de setores como petroleiros, trabalhadores da Dataprev, servidores estaduais contra as “reformas”, nas lutas no campo etc.
Essas manifestações populares cada vez mais intensas contra Bolsonaro, colocam-se exatamente no sentido oposto do que propõe uma parte da esquerda que, não acredita no poder da luta da classe trabalhadora organizada e mobilizada para enfrentar a extrema direita e seguem disseminando a ilusão de que a única forma de enfrentar a extrema-direita é fazer alianças (“frente ampla” etc.) com a direita golpista. Com essa politica agem para reciclar a direita golpista, profundamente repudiada pela população.
Contra essa perspectiva capituladora e derrotas, é preciso impulsionar uma perspectiva independente dos explorados, a mobilização nas ruas pela derrubado do governo golpista, o “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”.
Essa política precisa ser impulsionada por meio do crescimento da organização dos trabalhadores e da juventude nos Comitês de Luta e em um intenso trabalho de agitação e propaganda nos locais d trabalho, estudo e moradia.
De imediato, nos atos do dia 8, 14 e – principalmente – dia 18, agrupar o setor classista, as alas cada vez mais ores de ativista que querem impulsionar a luta por uma política independente dos golpistas e fazer avançar essa mobilização.
Agora é hora. Sair às ruas pelo fora Bolsonaro!