Em todo o Brasil, os governos estaduais estão se valendo do pretexto da pandemia de coronavírus para aumentar ainda mais o número de leis antidemocráticas. O chamado “lockdown“, que seria o isolamento social forçado para evitar o contágio, está se revelando um verdadeiro estado de sítio, impedindo as pessoas de irem e virem e tomando uma série de medidas arbitrárias para encarcerar ainda mais gente.
Dentre as medidas arbitrárias, está a de obrigar a população a utilizar máscaras. A medida, que aparenta expressar alguma preocupação com a saúde da população, na verdade expressa o completo cinismo da burguesia golpista. No início da pandemia, quando as máscaras já eram recomendadas por vários especialistas, a imprensa burguesa criticava seu uso, pois pretendia, com isso, forçar o povo a fazer o isolamento forçado. No entanto, agora que os capitalistas estão forçando os governantes a retomar a economia, as máscaras estão sendo obrigatórias.
A parte mais cínica dessa política, no entanto, é a de que a burguesia está exigindo o uso de máscaras, mas não está distribuindo nenhuma à população. No fim das contas, o Estado está mostrando que não serve para atender minimamente as necessidades do povo, mas apenas para puni-lo. Outro aspecto que chama a atenção é que faltam máscaras no mercado e que elas são vendidas por preços abusivos. Assim, muitas vez a população mais pobre terá de recorrer a soluções caseiras para se protegerem do coronavírus, como máscaras feitas de pano ou mesmo flanelas amarradas no rosto.
O problema da solução caseira, por sua vez, é que caberá à própria polícia definir o que é considerado máscara e o que não é. Ou seja, ao atuar uma pessoa no meio da rua ou mesmo no interior de um veículo, o policial poderá multá-la ou dar-lhe voz de prisão por não usar uma máscara que se enquadre em seus critérios. A polícia, que já tem uma espécie de radar para detectar e assassinar o povo negro, ganhará agora mais condições para selecionar e abater suas vítimas.
Somado a isso, há também o fato de que milhões de brasileiros não possuem qualquer tipo de documento de identificação. Todos ele são, inevitavelmente, parte do povo pobre, que é tão marginalizado que sequer existe aos olhos do Estado.
A política criminosa do “lockdown” visa apenas a reprimir ainda mais o povo. Ao mesmo tempo em que a direita impõe essas medidas, milhões de trabalhadores estão sendo obrigados a trabalhar. Fica claro que o único objetivo é controlar ainda mais o povo. Por isso, é preciso que os trabalhadores se mobilizem para derrubar a ditadura dos golpistas e garantir uma política que seja verdadeiramente eficiente para combater o coronavírus e a crise econômica.