O presidente golpista, Jair Bolsonaro, já em clima de campanha para 2022, quer fazer um corte bilionário em despesas da Educação, de programas sociais, que incluem atendimento a crianças de até 3 anos, e de ministérios como a Agricultura para turbinar o Plano Pró-Brasil de investimentos públicos e outras ações apadrinhadas pelo Congresso Nacional. (O Estado de S.Paulo, 17/9/20) Os alvos dos cortes foram definidos em reunião da Junta de Execução Orçamentária, que é composta pelo ministro de da Economia, que é seu coordenador, e pelo ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República (Decreto 9.884/2019).
Como divulgou o jornal o Estado de S.Paulo, deverão ser cortados R$ 1,57 bilhão da Educação, R$ 120 milhões da Embrapa, R$ 474,2 milhões do Ministério da Cidadania (80% do que há disponível na pasta). O Ministério da Infraestrutura vai receber R$ 1,6 bilhão para obras e os deputados federais e senadores terão R$ 3,3 bilhões para indicar em obras (Revista Fórum, 17/9/20).
O governo quer gastar o que tem em obras que possam gerar benefícios imediatos, já na campanha municipal, para fortalecer a imagem de Bolsonaro visando às eleições de 2022.
Essa proposta está sendo preparada desde abril, quando houve um pequeno atrito entre o ministro da Economia e o general da Casa Civil. No mês passado a ideia de Bolsonaro era investir R$ 35 bilhões em redutos eleitorais, mas teve que desistir desse montante em vista de pressões da área econômica (Folha de S.Paulo, 11/8/20). Mas, como estamos vendo, não desistiu da ideia em si, só redimensionou o montante.
Agora a ideia avança sobre programas voltados às crianças, à educação e à ciência. Alguém na turma do presidente deve ter tido a ideia de tirar pirulito da boca das crianças.
Segundo o jornalista Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, apesar de ser avesso a governar, Bolsonaro gosta mesmo é de fazer campanha eleitoral. Por isso começou a inaugurar, como suas, obras de governos anteriores e vai continuar em um roteiro muito semelhante ao que ocorria em sua pré-campanha à Presidência. (UOL, 30/8/20)
Os cortes na Educação já vinham sendo anunciados, mas serão mais profundos e generalizados, atingindo desde creches até universidades. O atual ministro da Educação, pastor presbiteriano e ligado à Universidade Mackenzie, vai fingir um esperneio, para não desagradar de todo o seu público de ministério, mas faz parte de um programa de governo claro para a área, que começa com o enfraquecimento da educação pública visando a privatização do que puderem. O mesmo esperneio fingido têm feito educadores ligados ao PSDB e ao Banco Itaú, como os do Movimentos Todos pela Educação, que reclamam dos cortes, mas continuam apoiando as iniciativas privatizantes do ministério.