Durante a solenidade de entrega de unidades habitacionais em Mossoró, na última sexta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro anunciou o nome da nova reitora da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa), Ludimilla Oliveira, professora que ficou em terceiro lugar na disputa eleitoral pelo cargo de reitor/reitora da Universidade. Ela irá chefiar a instituição durante os próximos quatro anos.
No caso, a escolhida ficou em terceiro lugar, com apenas 18,33% dos votos válidos. A escolha, geralmente, se dava pelo candidato mais votado pelos professores, funcionários e alunos. Este fato torna a escolha do presidente algo no mínimo curioso, melhor dizendo, suspeito.
O que se apresenta é, claramente, uma das características do Fascismo ao qual o governo tendencialmente se alinha: o controle das Escolas e Universidades Públicas. As Universidades, apesar de todo controle da burguesia, são um reduto do pensamento crítico e dos movimentos estudantis com caráter de classe.
Tal qual a ditadura militar de 1964 acabou com os cursos de Sociologia e Filosofia, o governo Bolsonaro também precisará fazê-lo. Esta característica de “anti-intelectualismo” é central para se entender o porquê de denunciarmos o Fascismo existente no Brasil. Ele acaba com uma certa democracia que outrora existia na escolha do reitor para passar a uma prática de controle dos que ocupam o cargo.
Deixemos outro exemplo recente. Na reunião ministerial fatídica realizada em 22 de abril e exposta ao público um mês depois, vemos como o ministro da Economia, o neoliberal Paulo Guedes, defende abertamente a destruição total do Ensino Superior, alegando que se “gasta demais” e que o “correto” era jogar a juventude para o embrutecimento alienante do Exército.
Pouco tempo depois, Bolsonaro editou uma Medida Provisória, no dia 10 de junho, que permitia o então ministro da Educação Abraham Weintraub escolher os reitores e vice-reitores temporários das Universidades Federais, Institutos federais e do Colégio Pedro II durante o período de quarentena, em casos de término de mandato durante o mesmo período. Isso daria um poder, ditatorial ao ministro, claro, subordinado ao presidente, que por sua vez, é representante da classe dominante.
Diante dos fatos supracitados, resta-nos a reafirmação da necessidade da luta contra o ataque fascista às Universidades, da mobilização contra o Bolsonaro e demais militares golpistas.