Em um trecho do filme “O Fórum”, do alemão Marcus Vetter, vemos Bolsonaro conversando com o ex-candidato democrata a presidência, Al Gore, durante um encontro casual ocorrido no evento do Fórum Econômico de Davos.
Durante a conversa, o presidente ilegítimo do Brasil demonstra para Gore toda a sua subserviência ao imperialismo norte-americano. Al Gore diz que está “muito preocupado com a Amazônia”, Bolsonaro responde que “a Amazônia não pode ser esquecida”, pois “temos muitas riquezas, que eu gostaria de explorar junto com os Estados Unidos”. Al Gore diz não entender o comentário e Bolsonaro fala “O Brasil elegeu um presidente que gosta dos EUA, não somos inimigos”.
A conversa é bastante ilustrativa e esclarece um ponto que está confuso para uma parte da esquerda nacional. Bolsonaro não é capacho dos Estados Unidos por ele ser governado por Donald Trump. Bolsonaro seria capacho de qualquer um que ocupasse o assento presidencial na Casa Branca. Seja ele do Partido Republicano ou Democrata.
Nesse sentido, é importante não acreditar que caso o candidato Joe Biden, do partido Democrata, vença Trump nas eleições presidenciais norte-americanas que estão por vir, isso vá significar que a dominação do imperialismo sobre Bolsonaro vá entrar em crise. De certa forma, Biden encarna uma política de rapinagem ainda maior do que Trump, por ser o candidato oficial do setor mais fundamentalmente poderoso do imperialismo, muito mais poderoso do que o que Trump representa.
Joe Biden já provou ser um inimigo de todos os setores oprimidos da sociedade, como os negros e as mulheres. Quando senador, ele aprovou uma série de leis que aumentavam as penas de prisão contra crimes relacionados a tráfico ou uso de drogas, o que contribuiu para o encarceramento em massa da população.
Além disso, ele está sendo acusado de estupro por Tara Reade, que foi de sua equipe quando ele estava no senado, mostrando que ele não é nem de longe um defensor dos direitos das mulheres. Além de Reade, outras sete mulheres relataram situações em que Biden as teria tocado de forma inapropriada ou violado seu espaço pessoal de modo que as deixasse desconfortável.
Diante disso, é preciso compreender que o apoio a Joe Biden por parte da esquerda é mais uma armadilha da política de frente ampla, que agora assume características internacionais. A esquerda deve assumir uma política que não fique a reboque do imperialismo, esteja ele no Partido Republicano ou no Partido Democrata, ambos partidos de direita e cujo único interesse é o de arrancar tudo o que for possível da classe trabalhadora. Com relação a Bolsonaro, o ilegítimo presidente brasileiro fantoche dos Estados Unidos, ele será fantoche tanto de um, quanto de outro. Auxiliando os norte-americanos a rapinar o Brasil e a Amazônia, como ele mesmo declarou na conversa com Al Gore.