De maio a dezembro de 2019, o número de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa família despencou em Caruaru, cidade do agreste pernambucano. De acordo com o Cadastro Único, base de dados do governo federal sobre a população de baixa renda, 31.156 famílias de Caruaru eram contempladas pelo Bolsa Família em maio de 2019. Em dezembro do mesmo ano, recebiam o auxílio 29.079 famílias, que envolvem cerca de 90 mil pessoas, 22,64% da população total da cidade. Em outras palavras, 2.077 famílias do município pernambucano perderam o auxílio nesse intervalo de 7 meses do governo fascista de Jair Bolsonaro.
O governo tenta justificar os cortes de diversas maneiras. Uma das razões é que alguns inscritos no Bolsa Família teriam forjado dados sobre sua situação econômica a fim de receber um benefício ao qual, supostamente, não teriam direito. Outra é que algumas pessoas atendidas pelo programa não atualizaram os seus cadastros conforme exigências do governo. Mas a razão principal, comemorada de forma perversa pelos golpistas, é uma suposta economia de recursos. Do ponto de vista de pessoas em situação de extrema pobreza, esses recursos têm uma importância decisiva; do ponto de vista do orçamento federal, são um valor irrisório poupado para alimentar os capitalistas que parasitam o estado brasileiro. Nacionalmente, o governo estima poupar cerca de R$ 1,4 bilhão graças aos cortes no Bolsa Família. Eis o programa econômico neoliberal defendido por todos os partidos burgueses. Não há diferença entre PSDB e Bolsonaro em nenhum ponto essencial.
Quando se considera a situação econômica da enorme maioria das pessoas ajudadas pelo Bolsa Família, torna-se bem claro que cortes desse tipo são mais uma ação criminosa do governo ilegítimo de Bolsonaro contra a população. Podem receber o benefício as famílias em situação de extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$ 89) ou de pobreza (com renda mensal por pessoa entre R$ 89,01 e R$ 178). Trata-se de uma parte considerável da população brasileira, famílias que sobrevivem com menos de um salário mínimo por mês.
O valor básico pago pelo programa para cada família é R$ 89; a ele se acrescentam valores por criança, adolescente, grávida ou mãe que amamenta, até o máximo de R$ 205. Num momento de crise econômica e desemprego crescente, é óbvio que a perda desse benefício é um golpe duro em qualquer família em situação de pobreza ou extrema pobreza. O governo Bolsonaro e a corja de seus aliados neoliberais (os partidos burgueses em geral, sobretudo o PSDB) não hesitam em matar de fome a população. A única forma de conter os ataques contra os trabalhadores é lutar pela derrubada do governo Bolsonaro e pela derrota do golpe iniciado em 2016 através da palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas!