Com as recentes manifestações populares, a esquerda tem mostrado nas ruas como se faz para combater o fascismo. O caráter democrático dessas manifestações, por sua vez, tem tirado o sono da extrema-direita. Em meio ao levante popular, deputado bolsonarista Douglas Garcia ameaça uso da Lei de Segurança Nacional.
O deputado estadual pelo PSL-SP tem afirmado que, ao contrário do fascista Jair Bolsonaro, as manifestações populares não têm nada de democráticas, mas, pelo contrário, põem em risco a ordem democrática. Recentemente, em entrevista à Folha, disse que “o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) hoje pode, sim, representar uma ameaça à democracia se resolver, no tapetão, tirar o presidente”.
Essas declarações do deputado do PSL tem assumido um caráter cada vez mais abertamente fascista. Toda essa agitação por parte dos fascistas, no entanto, não deve ser interpretada como mera aversão aos movimentos populares, ela é o resultado da agudização da luta de classes. Buscando conter uma rebelião popular sem precedentes, a extrema-direita articula medidas para aniquilar a movimentação das massas contra o regime golpista. De acordo com notícias do Congresso Em Foco, em 4 de junho, o deputado tem utilizado a estrutura da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para montar um dossiê contra opositores do governo de Bolsonaro. O alvo, por sua vez, não poderia ser outro senão os movimentos antifascistas. Ainda segundo Douglas Garcia, “todos os deputados, sem exceção de nenhum, que batem no peito e dizem ‘Eu sou antifa’ devem ser imediatamente investigados pela lei de segurança nacional”, disse. O deputado afirmou que reúne informações de movimentos antifascistas de outros estados, e que pretende entregar a outros deputados estaduais. Numa flagrante cruzada fascista, Douglas Garcia se coloca como uma espécie de comandante da SS tupiniquim e diz que só descansará quando os “guerrilheiros urbanos” estiverem na cadeia.
As ameaças do deputado bolsonarista tem sido dirigidas, sobretudo após os últimos acontecimentos, contra o coletivo de negros que pede a dissolução da Polícia Militar (PM). No momento em que as massas têm se colocado em confronto contra as forças reacionárias do Estado e tomado as ruas expulsando os elementos da extrema-direita, os fascistas utilizam todo o aparato burocrático do Estado para perseguir e aniquilar seus adversários. Vale destacar que o uso da Lei de Segurança Nacional, uma herança da ditadura, começou contra descartáveis da extrema-direita como Sara Winter, mas agora vai mostrando sua real serventia.