Contra Bolsonaro é genérico, no final das contas não quer dizer muito coisa. Essa política é resultado também da aliança com setores da direita e patronais como a Força Sindical, UGT, CSP-Conlutas que sempre foram a favor do golpe e são a favor de Bolsonaro.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) convocou para a próxima segunda (3), um ato em frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), onde o presidente ilegítimo Bolsonaro irá almoçar com empresários.
Segundo o presidente da CUT, Sérgio Nobre:
“O ato é contra Bolsonaro, que comanda um governo que destrói os direitos, ameaça entregar as nossas estatais e a soberania do país e é o principal responsável pelos mais de 13 milhões de desempregados do país.”
A iniciativa é positiva, dada a pasmaceira da esquerda nacional nos últimos meses. No entanto, ato “contra Bolsonaro” é genérico, no final das contas não quer dizer muito coisa e na prática é uma forma de criticar as medidas brutais do governo golpista contra o povo contendo o anseio popular expresso na palavra de ordem de fora Bolsonaro.
Portanto, não é um acaso, nem apenas um problema semântico, mas sim uma política resultante também da aliança com setores da direita e patronais, como a Força Sindical, UGT, CSP-Conlutas, que sempre foram a favor do golpe de Estado e são a favor do Bolsonaro. Já ficou provado nos últimos anos que a greve geral foi impedida de se desenvolver justamente pela influência negativa das outras “centrais”, que não moveram nenhum esforço na preparação da greve.
Isso mostra que para avançar na luta contra o golpe, as organizações de luta dos trabalhadores, no caso a CUT, precisam evoluir de uma posição de crítica eleitoral ao governo para uma organização geral da mobilização de rua contra o governo, através de atos e greves que conectem as reivindicações dos trabalhadores à luta política pelo poder.
O ano começou e os trabalhadores, como no caso da greve na DataPrev e da greve com ocupação de fábrica por parte dos químicos da FAFEN-PR, demonstraram sua disposição de luta na derrubada dos golpistas. Se as direções de esquerda querem sobreviver, precisam ter sensibilidade à inclinação dos trabalhadores ao fora Bolsonaro.