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A serviço da frente ampla

Aliado do PSOL, Ciro Gomes volta a atacar Lula, Dilma e o PT

Ciro Gomes é um cavalo de troia dentro da esquerda, cujo, objetivo e enfraquece-la

Ciro Gomes (PDT), um dos principais articuladores da frente ampla golpista volta a atacar o Partido dos Trabalhadores na figura dos ex-presidentes Lula e Dilma. Em entrevista na última segunda-feira (23) ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal de Pernambuco, Gomes explicitou a política da frente ampla golpista de isolar o PT, em particular a ala lulista, ao mesmo tempo em que se forma uma aliança entre a esquerda pequeno-burguesa e a burguesia com vistas a 2022, tendo como modelo nesse momento a candidatura Boulos em São Paulo.

Os ataques foram desde responsabilizar a ex-presidenta Dilma pelo golpe de Estado que sofreu em 2016 e pela chegada de Bolsonaro ao poder em 2018 até o vaticínio da derrocada completa do “lulopetismo”, termo que empresta da direita e da extrema direita, supostamente comprovada pelo resultado eleitoral de 2020. Segundo Gomes:

“Eu acho apenas que o Lula, com a imprudência dele, quando impôs a Dilma, para continuar mandando, e a Dilma sem nenhuma experiência, se agarra com a economia mais atrasada, a corrupção generalizada que, infelizmente, não dá pra ser escondida. O Palocci era braço direito do Lula. Isso daí criou as condições no Brasil para o povo brasileiro, por desespero, por raiva, por frustração, e eu compreendo com a minha alma, votar neste absurdo que está se revelando ser o Bolsonaro”.

Essa posição demonstra de maneira cabal o cavalo de Tróia que Gomes é e sempre foi na esquerda, cuja, função é muito clara, atacar a ala lulista do PT de dentro do bloco de esquerda, embora, evidentemente, Ciro Gomes seja um político da direita tradicional e o PDT seja hoje um partido deste bloco político, procuraram, no entanto, se camuflar de progressistas, de centro-esquerda, o que foi aceito pela esquerda. Ciro Gomes que teve papel importante no golpe de Estado e na eleição de Bolsonaro, apresentando-se como a ala esquerda do bloco golpista, agora, como um exemplo de canalhice, quer transferir a responsabilidade do golpe para a pessoa que o sofreu utilizando-se do argumento direitista da corrupção.

O golpe fora fruto da política da direita tradicional, que constituiu um enorme bloco golpista, do qual Gomes sempre fez parte, para impor no País uma reorganização política e econômica de acordo com o novo impulso neoliberal levado adiante pelo imperialismo mundial, neoliberalismo que é a política de Gomes, ainda que pela tarefa estratégica que cumpriu para a burguesia ao longo destes anos de golpe, tenha colado a sua imagem uma uma etiqueta de nacionalista, que é tão falsa quanto o seu esquerdismo. O golpe foi o choque necessário para abrir caminho a essa política e Gomes foi um dos doutores do choque.

O pedetista ainda arrisca uma avaliação sobre o resultado das eleições, sua avaliação deixa ainda mais claro o sentido de sua crítica a Dilma e ao PT. O coronel cearense afirma, sobre o resultado eleitoral:

“Foi uma vitória importante desse campo que nega os extremos. O luopetismo corrompido e o bolsonarismo boçal foram varridos da vida brasileira nas grandes cidades”.

A ideia fundamental deste ataque é corroborar com a política da frente ampla golpista, ou seja, com os interesses do grande capital financeiros e seus partidos, chamada burguesia tradicional, “civilizada”, como o PSDB, DEM, MDB,PSD etc., que buscam a todo custo isolar completamente Lula e o PT como única forma de apresentar a frente ampla golpista como alternativa a Bolsonaro.

Gomes cumpre esse papel essencial para a frente ampla, assim como cumpriu anteriormente, ser um elemento impeditivo a unidade da esquerda em torno de Lula e do PT. Enquanto ataca o PT, em especial a ala lulista, taxando-os de, no mínimo, incompetentes e ultrapassados, alia-se a setores da esquerda pequeno-burguesa, como o PSOL em São Paulo, assim como o PSOL apoia o candidato do PDT em Fortaleza.

A manobra tem um duplo sentido, enquanto a burguesia tenta eliminar a representação política da classe operária e de amplas massas que hoje se veem representadas pela ala lulista do PT, também escolhem os herdeiros eleitorais da ampla base social petista, o PSOL é um desses escolhidos pela burguesia. Logicamente que essa herança, caso a direita consiga seu intento, será dividida entre vários partidos domesticados, de tal maneira que a burguesia possa manipular essa base eleitoral, ao mesmo tempo tornando a organização dos trabalhadores mais débil na medida em que busca substituir a direção do movimento operário e popular por elementos ainda mais pequeno-burgueses e pelegos; ainda mais distantes dos trabalhadores do que os do PT.

Ainda na entrevista, ao explicar o apoio a Boulos em São Paulos, mostra claramente qual será o mote da aliança em 2022, caso a burguesia consiga eliminar o lulismo do pleito:

“Ontem saiu no jornal, esses jornais que têm vinculação com o PT, disse que ‘o Boulos conseguiu unir toda a esquerda e a centro-esquerda do Brasil’. Isso não é verdade. Quem conseguiu unir todos foi o Doria. O Doria é um governador tão desastrado, tão reacionário, e anti-povo, anti-nacional, todo comprometido com essa agenda que está ferrando com a vida do nosso povo mais pobre e com a classe média. E a necessidade de mudar São Paulo, que é quase 40% do povo brasileiro”.

Essa é a estratégia da frente ampla, primeiro anular o PT, depois unir gregos e troianos contra o “mal maior”, que supostamente seria Bolsonaro, com a diferença que não será por detrás de um candidato esquerdista, no caso de Boulos já bastante moderado, mas por de trás de uma candidatura de direita. Aí está o sentido dos ataques de Ciro Gomes ao PT.

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