Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), é o novo relator do inquérito sobre a suposta interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). Após ser sorteado pelo sistema eletrônico da Corte, Moraes passa a desempenhar a tarefa do ex-ministro Celso de Mello, que se aposentou na última terça-feira, 13.
A pedido dos advogados de Sergio Moro, ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, a redistribuição do inquérito já fora determinada nesta terça-feira, 20, pelo presidente do STF, Luiz Fux, Segundo Moro, quando estava no cargo, testemunhou Bolsonaro tentando interferir politicamente na PF, e citou a reunião ministerial de 22 de abril como prova. Na ocasião, Bolsonaro sinaliza que poderia interferir “em todos os ministérios” e até trocar ministros para proteger sua família.
A Advocacia-Geral da União (AGU) já solicitou a Bolsonaro que preste depoimento por escrito. Celso de Mello, quando ainda no cargo, defendeu que o presidente vá presencialmente à PF prestar esclarecimentos.
Levando em conta a saída de Celso de Mello, o procedimento normal seria que os casos sob relatoria do ex-ministro ficasse com seu substituto. Bolsonaro, porém, indicou o juiz Kassio Marques, para assumir essa função, que será sabatinado nesta quarta-feira, 2, pelo Senado. Marques, no entanto, precisa ser aprovado pela Casa para que possa assumir o cargo.