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Ataque imperialista

Além da guerra, Síria sofre sanções destruidoras dos EUA

EUA impõe através da Lei César, fome e morte ao povo sírio por não se submeter a sua vontade.

Síria, um país devastado

A Síria é um país destruído, com o território fragmentado, milhões de refugiados, grande parte da industria desmontada e enviada à Turquia. As forças invasoras, liderada pelo EUA, saqueiam os escassos recursos de uma população faminta.

Além da destruição causada guerra, sanções sufocantes impostas por EUA e a União Europeia levaram a economia síria a ruína. O PIB (Produto Interno Bruto), caiu de US$ 61 bilhões para US$ 10 bilhões em 2019, de acordo com o Bureau Central de Estatísticas da Síria. Este ano, o desemprego e a pobreza dispararam para mais de 80%. O salário médio de um trabalhador sírio não passa de US$ 20 por mês.

A crise no Líbano, país vizinho com o qual mantém uma estreita relação de interdependência, levou a um colapso econômico na Síria que não ocorreu nem nos piores anos de guerra, causando hiperinflação e desvalorização da moeda recordes do país. Segundo o Observatório Sírio de Estudos e Pesquisas do Trabalho (LORS), 28% dos todos os depósitos de bancos libaneses são oriundos da Síria, o que representa cerca de US$ 50 bilhões.

A Lei César

Os EUA anunciou para 17 de junho a entrada em vigor da chamada ‘Caesar Law’, uma das mais cruéis formas de guerra econômica já praticada. Através de seu poderoso Departamento do Tesouro, os EUA irá sancionar qualquer empresa ou instituição que negocie com o Estado sírio, seja eles estadunidenses ou não, o que ameça particularmente a última rota de comércio da Síria em sua fronteira sul com a Jordânia.

As consequências imediatas da Lei César não recairão apenas sobre o Governo, mas sobre toda a população síria, pois levará ao corte no provimento de ajuda humanitária que chega ao país, além de afetar diretamente a recuperação das áreas residenciais destruídas, a reconstrução da rede de fornecimento de água potável e a recuperação do fornecimento de energia, uma vez que, como obras públicas, contam com a participação do Estado, alvo das sanções impostas pela Lei.

Punição ao povo

Sob a ameaça constante de Israel, a Jordânia teme ser “colocada na lista negra” se permitir relações comerciais com Damasco, no entanto empresas e instituições poderão continuar negociando com a economia privada síria, o que demonstra que as sanções não buscam derrubar o governo sírio, mas punem coletivamente a população por se recusar a aceitar um regime imposto pelos países imperialistas.

A busca por fortalecer a burguesia síria e impedir a reconstrução do país é um genocídio contra a população. A perda de moeda estrangeira impede o Estado de fornecer os subsídios para importação de alimentos e medicamentos, que já se tornam escassos.

A fome é uma realidade para 9,3 milhões de sírios, centenas de hectares de plantações foram queimados na guerra e a Administração Autônoma do Norte, com apoio dos EUA, está limitando o comércio de grãos com o governo de Damasco, estocando toneladas de trigo para especulação comercial. Em contrapartida, a FAO, Organização das Nações Unidas para a Agricultura, com auxílio da Rússia, forneceram subsídios a 200 agricultores em Aleppo, iniciativa louvável, mas insuficiente para amenizar o sofrimento do povo.

A velha hipocrisia dos EUA

A guerra econômica que os EUA e União Europeia encampam desde 2012, quando impuseram sanções ao petróleo sírio, tenta fazer o que seus bombardeios não conseguiram, dobrar a resignação do povo sírio. As exigência imperialistas, disfarçadas no pedido hipócrita de “mais democracia”, incluem a libertação de todos os presos políticos como membros da Al Qaeda na Síria, a Irmandade Muçulmana ou milícias extremistas como Ahrar al-Sham, todos integrantes dos rebeldes e portanto, considerados pelos EUA (apenas no que diz respeito à Síria), os libertadores do povo.

Ao mesmo tempo que pede democracia na Síria, Trump coloca a Guarda Nacional para reprimir seu próprio povo que, motivado por um crime de ódio racial, deixou vir a tona de forma violenta toda a revolta e frustração de um povo empobrecido e abandonado pelo Estado mais rico do mundo, uma prova cabal da demagogia da política imperialista que nem a propaganda oficial consegue mais esconder.

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