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Fernández no laço do FMI

Alberto Fernández recebe nova bênção do FMI

Abertura e entrega aos especuladores e banqueiros, é o que se espera de um governo de Fernández, na Argentina, que já confirmou o acordo estabelecido por Macri e o FMI.

O presidente argentino, Alberto Fernández, manifestou sua intenção de cumprir as obrigações da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele advertiu, porém, que fará isso quando a Economia voltar a gerar recursos, após quase dois anos de recessão e de queda do Produto Interno Bruto (PIB) na gestão de Mauricio Macri (2015-2019).

Alejandro Werner, Diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, em entrevista concedida à rede americana CNN, confirmou o direcionamento de Fernández, quando comentou que: “O governo anunciou medidas importantes, que têm como objetivo proteger os mais vulneráveis e tentar equilibrar a situação de instabilidade dos últimos meses”. Werner comentou que o novo governo argentino, empossado há menos de um mês, ainda não chegou a expor um “plano mais detalhado”, mesmo assim, ressaltou, “as primeiras medidas nos fazem ver que o governo está se movendo em uma direção positiva”.

O FMI deu a Macri a maior ajuda da história, com um empréstimo de US$ 57 bilhões. Deste total, os argentinos receberam US$ 44 bilhões. Em troca, a política neoliberal de Macri entregou o controle do país ao FMI, privatizando parte das empresas públicas e cortando programas sociais. Resultou daí e da crise, uma altíssima inflação, situação através do qual afetou até o abastecimento de produtos básicos para a população. A impopularidade das medidas adotadas por Macri, o levou a uma rejeição tão grande quanto Bolsonaro, dando à Cristina Kirchner uma alternativa nas eleições presidenciais.

Já Fernández declarou que não fará novos desembolsos do FMI, porque não teria como quitá-los.
O imperialismo não queria a vitória de Fernández, uma vez que, mesmo sendo um “Plano B” imposto pela burguesia à chapa peronista, o candidato natural dos grandes capitalistas era mesmo o Macri, que vinha implementando a política de terra arrasada ordenada pelo FMI desde 2016.

Foi através de uma manobra da burguesia que Cristina Kirchner foi retirada da cabeça de chapa para, em seu lugar, situar Fernández, um político muito mais direitista. Isso evitou que Cristina tivesse a chance de vencer e polarizar ainda mais a situação política.

Mas não só isso. Alberto Fernández, durante as eleições, já havia se reunido com o FMI dando sinais de assumir um compromisso com eles. A Frente de Todos – coligação da chapa que abraçou a candidatura de Fernández e Cristina, já havia feito um comunicado, tornando pública a intenção assumida nessas reuniões com representantes do Fundo, e da sua concordância com os objetivos principais do acordo traçados pelo FMI com Maurício Macri, tais como: recuperação do crescimento econômico; geração de empregos para combater a pobreza; redução da inflação; e a busca de uma trajetória descendente da dívida pública.

Especialista em economia latino-americana, o economista francês Pierre Salama, professor emérito da Universidade Paris XIII, em entrevista à Página/12 falou, entre outras coisas, da crise no Brasil e na Argentina e o ”pesadelo” do retorno do FMI à região.

Pierre Salama explica que a América Latina mudou profundamente nos últimos anos. Do ponto de vista econômico, dois dos principais países, a Argentina e o Brasil, atravessam profundas dificuldades. A Argentina entrou numa profunda crise: duplo déficit em sua balança de conta corrente e de orçamento, inflação difícil de controlar, fortíssima queda do poder de compra dos assalariados, forte aumento do desemprego e queda da produção industrial. (…)

E continua dizendo, que a globalização comercial está inserida em um processo crescente de protecionismo. Hoje, no Brasil e também na Argentina, e ao contrário do que acontece nos Estados Unidos e em tantos países, há uma certa busca cada vez maior pelo livre comércio. É um pouco estranho, e de certa forma surrealista, que estes “pequenos países” pratiquem uma política de abertura, ao contrário do que ocorre em outros lugares.

A chegada do FMI, explicou Salama. talvez tenha freado a fuga de capitais, mas agora se transformou em uma forma de enriquecer o setor financeiro e os especuladores. Portanto, a “ajuda” do FMI favorece mais o setor financeiro, porque torna mais fácil a vida dos especuladores, e leva a maior parte da população argentina ao empobrecimento. “A volta do FMI à Argentina é um pesadelo – lembro da época do Plano de Convertibilidade, quando essa entidade dizia justamente que a Argentina era o seu “melhor aluno”, e nós sabemos o que aconteceu depois dessa declaração (a crise do corralito)”, completa o professor.

Certamente, com Alberto Fernández, o imperialismo ganhou completamente a esquerda burguesa argentina, e impôs a sua política. O que, aliás, fica comprovado com as manifestações de Werner junto à imprensa.

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