Na última terça-feira (28), o presidente norte-americano Donald Trump revelou, enfim qual seria sua proposta de “acordo de paz” para os povos do Oriente Médio. Ao lado do presidente israelense Benjamin Netanyahu, Trump apresentou texto de 80 páginas que prevê uma série de medidas que, supostamente, permitiria a convivência entre judeus e palestinos na região.
Na proposta, Trump prevê a possibilidade de o povo palestino assumir um Estado independente — reivindicação histórica dos palestinos em resposta aos sucessivos ataques do imperialismo na região. No entanto, a proposta vem repleta de restrições. Se, por um lado, o documento propõe que Israel congele seu desenvolvimento por quatro anos em uma área que poderá ser utilizada para a constituição do Estado palestino, por outro, institui Jerusalém como uma cidade pertencente aos judeus.
Obviamente, a proposta de Trump não é nenhuma tentativa real de conciliação, mas sim uma forma de garantir que os interesses de Israel — e, sobretudo, do imperialismo norte-americano — continue prevalecendo. Não é à toa, portanto, que nenhuma autoridade palestina esteve presente na anúncio de Trump: a proposta partiu unilateralmente de Israel e dos Estados Unidos.
O presidente israelense aplaudiu a proposta de Trump. Afinal, o governo norte-americano se mostrou, por meio da proposta, disposto a reconhecer os assentamentos judaicos nos territórios palestinos como parte de Israel e a conceder soberania a Israel sobre o Vale do Jordão. Mahmoud Abbas, atual presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, acompanhado pelo Hamas, rejeitou a proposta do imperialismo.
Qualquer solução que seja apresentada para os conflitos no Oriente Médio envolvendo judeus e palestinos passa, obrigatoriamente, pela dissolução do Estado de Israel, e não por meio de negociatas propostas por Donald Trump. A criação do Estado de Israel por meio do imperialismo no século XX, de maneira a abrir uma frente para a intervenção direta da burguesia mundial sobre os povos do Oriente Médio, é o que impede qualquer paz na região.
O Estado de Israel é, inclusive, uma ameaça para os próprios judeus. Uma vez que seus governantes se lançam em uma guerra contra os povos da região em nome dos interesses do imperialismo, é inevitável que seus cidadãos sejam alvo da reação furiosa de palestinos, árabes e demais povos oprimidos. É preciso, portanto, rejeitar que o imperialismo — causador de todos os conflitos — intervenha na região e lutar pelo fim do Estado de Israel.