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Derrotar os golpistas nas ruas

A radicalização era o que queríamos

Com a radicalização das mobilizações, a burguesia tem se preocupado em acalmar os ânimos, sendo seguida pela esquerda pequeno-burguesa

No dia 20 de maio, militantes do Partido da Causa Operária (PCO) e do Partido dos Trabalhadores (PT), juntos com ativistas da luta contra o golpe, organizaram o primeiro ato pelo Fora Bolsonaro desde o início da pandemia de coronavírus. O ato, que foi um sucesso, contou com um enfrentamento violento entre a esquerda e a extrema-direita. Desde então, dezenas de atos foram registrados em todas as regiões do País, todos eles muito radicalizados. Em São Paulo, houve confronto com a polícia. Em Curitiba, os manifestantes chegaram a depredar agências bancárias.

A radicalização dos atos está diretamente relacionada com a política devastadora da burguesia em tempos de coronavírus. Mais de 31 mil pessoas já morreram por causa da doença segundo os dados oficiais — que estão muito abaixo da realidade, milhões já perderam seus empregos e o empobrecimento da população já é uma realidade. Tudo isso acontece em um ritmo muito veloz e sem qualquer ônus para os grandes capitalistas. A revolta contra a direita é cada vez maior, e a participação de setores da classe operária nos atos, que são muito mais decididos em suas manifestações políticas, não poderia causar outro efeito que não a radicalização.

A radicalização nas ruas, que é expressão da polarização política, era exatamente o elemento que estava faltando para que a derrubada do governo Bolsonaro, solicitada por toda a esquerda no pedido de impeachment, seja concretizada. Com manifestações cada vez mais numerosas e com manifestantes dispostos a irem até as últimas consequências, a burguesia não terá condições de manter Bolsonaro no poder. E, justamente por isso, a direita decidiu começar uma campanha desesperada para tentar impedir que a polarização política aumente e as manifestações se tornem radicais ao ponto de darem uma vitória definitiva dos trabalhadores.

A campanha da burguesia pode ser encontrada em várias declarações. O Movimento Brasil Livre (MBL), organização fascista financiada pelo imperialismo para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, afirmou: “Os ‘antifascistas’ estão adotando métodos fascistas para chamar atenção: quebra quebra, vandalismo etc.”. Já o jornal golpista Gazeta do Povo, que abriga vigaristas como Rodrigo Constantino e Alexandre Garcia, publicou uma matéria de seguinte título: “O ‘antifascismo’ no Brasil é 100% fascista: violento, intolerante, antidemocrático”.

Dizer que a reação do povo trabalhador à ofensiva da direita é a mesma coisa que o fascismo é um absurdo tão grande que constitui uma total desonestidade por parte da burguesia. Trata-se, obviamente, não de uma confusão, mas de uma pressão para que alguns setores da pequena burguesia, em nome de um pacifismo abstrato, não apoiem os atos antifascistas. E, ao que se tem notícia, essa pressão está surtindo algum efeito.

O vocalista Tico Santa Cruz, figura ligada a alguns movimentos esquerdistas e eleitor de Ciro Gomes, tem publicado vários textos contrários à violência nas manifestações. Um deles, inclusive, se assemelha bastante ao do MBL: “Os Estados Unidos são uma Democracia sólida! Apesar de terem no poder um ser humano da pior estirpe, lá existe respeito as instituições democráticas e elas por outro lado, também funcionam muito bem! “. Isto é, no Brasil, que não teria uma “democracia sólida”, os atos violentos seriam uma armadilha para que os bolsonaristas saíssem vitoriosos! O linguista Gustavo Conde, em um de seus programas na TV 247, também expressou a mesma opinião.

A tese de que a violência antifascista desencadearia em mais repressão e que a repressão levaria a um golpe militar é uma derivação da pressão da direita golpista. Afinal, a única conclusão possível que se pode tirar dessa tese é a de que o povo não deveria ir para a rua. Ou então a de que o povo, caso saia às ruas, não pode se radicalizar. É, portanto, uma propaganda contra a polarização, uma propaganda reacionária que se coloca abertamente contra o povo em defesa da sustentação do governo Bolsonaro.

A radicalização não é inimiga do povo, mas muito pelo contrário. É justamente o único meio para que suas reivindicações sejam levadas a sério. A repressão sempre está colocada — e vale lembrar que o fortalecimento do aparato de repressão do Estado se deu justamente nos tempos “de paz”, quando a esquerda não estava nas ruas. Se o povo ficar em casa, é certo que a burguesia irá seguir com seu programa neoliberal e que a extrema-direita bolsonarista se sentirá à vontade para sair às ruas. Se o povo tomar as ruas com a disposição que está mostrando, é capaz de derrotar de uma vez os golpistas.

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