A administração Bruno Covas (PSDB) abriu, nesta terça-feira (12), um edital para alugar mais 100 leitos de UTI da rede particular de saúde com o objetivo de atender pacientes infectados com Covid-19. Inicialmente, o projeto do governo municipal era o de utilizar 800 leitos (20%) dos 4 mil leitos da rede privada disponíveis na cidade de São Paulo
Em nota, a prefeitura afirmou que alugou 835 leitos por meio de convênios assinados com 13 hospitais. Em entrevista, Covas disse que a parceria com a rede privada é uma forma de evitar que seja necessário estabelecer critérios para seleção de pacientes, isto é, escolher quem vai ter chance de viver e quem vai morrer. Cada leito alugado do sistema privado custará, em média, 2,1 mil por dia.
Os seguintes hospitais firmaram acordo com a Prefeitura: Hospital da Cruz Vermelha; Hospital da Universidade de Santo Amaro (Unisa); Hospital do Rim; Beneficência Portuguesa; Hospital Oswaldo Cruz; Hospital Santa Marcelina; Hospital Santa Isabel; Hospital São Luiz Gonzaga; Santa Casa de Santo Amaro; Hospitais Leforte; Hospital Santa Cruz; HCor e Amil;
A taxa de ocupação de UTIS nos hospitais de São Paulo estava em 82% até esta terça. Seis hospitais municipais estão no limite da capacidade máxima, com lotação de 95% e fecharam as portas para novos pacientes.
A parceria público-privada de aluguel de leitos por 2,1 mil diários, firmada pelo prefeito tucano Covas, significa a transferência de recursos públicos para as redes privadas de saúde, que já praticam o roubo e a extorsão contra a população. Os capitalistas da saúde vão, uma vez mais, ser sustentados com o dinheiro público e maximizar seus lucros em um momento onde a demanda pelo serviço de saúde cresce exponencialmente. É amplamente denunciada as fraudes sistemáticas cometidas pelos planos de saúde, que negociam a preços altos a saúde, a doença, tratamentos, cirurgias, medicamentos, exames, leitos hospitalares e o atendimento à população.
Os custos de atendimento nos hospitais privados costumam ser altíssimos. É frequente que o pagamento de planos de saúde gerem dívidas que são cobradas com juros. Pesa no bolso mesmo para as parcelas da população que conseguem pagar, em especial os idosos. Há uma indústria responsável pela arrecadação de centenas de bilhões de reais para os laboratórios e os monopólios farmacêuticos.
Em meio à pandemia, o Estado não deve direcionar recursos para sustentar os monopólios da saúde em crise. Ao contrário, é necessário avançar para a estatização do sistema privado, contratar todo o pessoal necessário para atender a população e utilizar os recursos públicos para disponibilizar quantos leitos forem necessários. Neste contexto da pandemia, fica evidente que os grandes capitalistas buscam se aproveitar da situação para garantir seus negócios, em detrimento dos interesses da população.