O Brasil de Bolsonaro caminho a passos rápidos para voltar ao Mapa da Fome. É o que aponta Maria Emiliana Pacheco, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) e membro do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN).”Mesmo com o auxílio emergencial, estamos prevendo que o Brasil esteja voltando para o Mapa da Fome”, disse a antropóloga.
Também é a mesma opinião de Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) da Organização das Nações Unidas (ONU). “Isso [alta dos alimentos] é muito preocupante, porque a grande maioria desses 65 milhões de brasileiros que receberam o auxílio utilizam o recurso para comprar comida, o próprio IBGE mostra. Com o preço dos alimentos aumentando, eles têm que comprar menos. E têm um problema nutricional também.”
Segundo Preto Zezé, representante global da Central Única das Favelas (Cufa), é perceptível um aumento na procura por doações de cestas básicas nos últimos meses, embora ainda não haja dados consolidados dessa alta. Desde o início da pandemia, as doações da entidade já alcançaram 1,175 milhão de famílias em 5 mil favelas. “Você tem o arroz aumentando, e o auxílio caindo. As pessoas estão sem perspectiva”, diz.
Golpe trouxe a volta da fome no país
Em pesquisa divulgada no dia 17 de setembro pelo IBGE, se tornou oficial que o Brasil voltou ao mapa da fome. Praticamente 4 anos após a FAO admitir que o Brasil havia deixado a lista de países com mais de 5% da população ingerindo menos alimentos do que o necessário para sua nutrição – a notícia divulgada pela FAO data de 16 de setembro de 2014 – o IBGE confirma que em 2018 a fome voltou ao país.
Segundo o relatório produzido, cerca de 5% da população sofria com a insegurança alimentar em 2018, durante o governo Temer. A queda no PIB deste ano, em que somente no segundo trimestre o Brasil sofreu com uma quebra de 9,6% e entrou em recessão, assim como o aumento do preço dos alimentos, a queda na renda dos trabalhadores, o rebaixamento do salário mínimo em relação à inflação e vários outros ataques, fazem com que a porcentagem de pessoas passando fome só tenha crescido durante o governo de Bolsonaro, posterior a Temer.
Toda essa situação mostra o tripúdio sobre o povo brasileiro, que já é severamente onerado com esta crise, enfrentando mais dificuldades do que era previsto, o nome correto para todo esse cenário chama-se “especulação”, mais uma arma do capitalismo para expropriar a população, que já tem sido selvagemente atacada por esse “livre mercado”, que para os trabalhadores, não tem nada de livre!
Bolsonaro genocida fez demagogia com supermercados
O ilegítimo golpista Jair Bolsonaro chegou a fazer uma espécie de ”apelo” aos supermercadistas para que a margem de lucro sobre os produtos alimentares essenciais seja mantida próximo de zero.
Isso depois de pedir “patriotismo” por parte dos empresários e que evitassem repassar os aumentos ao consumidor. Bolsonaro negou, no entanto, que fosse recorrer a canetadas para segurar os preços. Ou seja, era tudo uma demagogia.
Organizar o povo e acabar com a especulação sobre gêneros alimentícios
De acordo com dados do IBGE, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto foi de 0,24%, a maior alta para o mês em quatro anos, influenciada principalmente por alimentação e bebidas, que tiveram incremento de 0,78% no período e pelos transportes (0,82%). No acumulado do ano, os alimentos que mais encareceram foram cebola (50,40%), leite longa vida (22,99%), arroz (19,25%) e óleo de soja (18,63%) – este último, ficou 9% mais caro só no mês passado .
Essa realidade só demonstra que a burguesia, especuladora na sua essência, sem contar os subsídios do governo, as demissões em massa, ainda almeja mais lucros sobre a população explorada.É por isso que a constituição de uma organização popular, a exemplo dos conselhos populares que o Partido formou no Brasil inteiro, em várias regiões, são de absoluta necessidade.
Uma das tarefas dos conselhos reside, justamente, na luta pelo controle do abastecimento e contra a especulação com os gêneros de primeira necessidade. E isso pode real com o povo nas ruas e mobilizado.Saúde e condições básicas de alimentação são questões fundamentais e elementares para enfrentar a pandemia e garantir que o povo pobre não seja condenado à morte. É preciso organizar o povo, para controlar a produção dos alimentos, sua distribuição gratuita, e derrubar a especulação sobre a comida