Informes do Ministério da Economia revelam o caráter nefasto dos capitalistas e de seus governos em tempo de pandemia do coronavírus. Relatório divulgado pela Dataprev informa que, nada menos do que 1,7 milhão de trabalhadores, desde o começo da crise, tiveram redução de jornada de trabalho com redução salarial e suspensão temporária de contrato. Esses são dados oficiais, portanto, os números reais são muito maiores, além disso não estão computados o número de trabalhadores que já foram demitidos.
Ante o agravamento da crise da saúde e econômica, a burguesia nacional e os governos pró-imperialista não têm outra saída senão aprofundar a expropriação da classe trabalhadora, que está sendo conduzida, cada vez mais, a uma situação de fome e miséria. Enquanto que o governo despeja trilhões de reais para satisfazer o apetite dos banqueiros e grandes capitalistas, a classe trabalhadora, para manter os privilégios desses parasitas, é levada ao mais baixo poder de compra e até mesmo deixando um grande contingente de trabalhadores sem salários.
Tentam disfarçar a crise, na tentativa de conter a revolta da população, com uma esmola de R$600 para os desempregados através do auxílio emergencial, sendo que tal valor é incapaz de suprir os gastos com alimentação de uma família operária. Os capitalistas para “reduzir custos” diante da crise, tiram do trabalhador até mesmo o elementar direito de ter um emprego para ser explorado.
E os ataques apenas começaram, como se pode verificar na recente votação no reacionário e golpista Congresso Nacional que aprovou, na surdina, a Medida Provisória 905, mais conhecida como “carteira verde e amarela” que, praticamente liquida com todos os direitos dos trabalhadores conquistados através décadas de lutas com único e exclusivo propósito: beneficiar os patrões.
A velocidade com que a burguesia vem desempenhando todos esses ataques está ditada pela total paralisia e capitulação das organizações dos trabalhadores, principalmente da maior central sindical da América Latina e a quinta maior do planeta, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que deliberou o fechamento das portas dos seus mais de 4 mil sindicatos filiados e, dessa maneira deixa milhões de trabalhadores de mãos atadas contra a avalanche de medidas que visam aumentar a ofensiva dos patrões contra a classe trabalhadora.
Ao invés dos sindicalistas se esconderem com medo do coronavírus, enquanto grande parte dos trabalhadores continuam nos seus locais de trabalho correndo um sério risco de morte, como já vem acontecendo nos Correios, Bancários, Metroviários, Rodoviários, trabalhadores dos supermercados, etc., é preciso reabrir, imediatamente os sindicatos, romper com a paralisia e preparar a reação da classe trabalhadora contra a política reacionária da direita. Mais do que nunca, é necessário a construção de uma ampla mobilização do conjunto dos explorados contra os planos genocidas da burguesia de matar de fome, miséria e do coronavírus.