No dia de hoje, comemora-se 99 anos da criação do Estado livre da Irlanda, uma importante conquista do movimento nacionalista irlandês, que estava em uma intensa luta contra o imperialismo inglês já fazia 5 anos por sua independência. No entanto, o domínio inglês sobre a ilha já durava há mais de 700 anos.
O domínio do imperialismo inglês sobre a Irlanda sempre foi bastante feroz, sendo a classe operária irlandesa a principal responsável pela realização da revolução industrial na Inglaterra. No entanto, apesar de ser um país atrasado, o desenvolvimento da cultura na Irlanda sempre foi fenomenal. Alguns dos principais escritores de língua inglesa são todos irlandeses Oscar Wilde, James Joyce, William Yates, apesar de terem outro idioma em seu próprio País.
O princípio do domínio inglês sobre a Irlanda remonta ao século 12. Como forma de melhor dominar o país, que possuía uma maioria católica, a rainha Elizabeth I incentivou a imigração de protestantes escoceses no século XVI. Durante os séculos subsequentes, as revoltas dos irlandeses católicos foram esmagadas pela minoria protestante, ligados à coroa inglesa, o que foi ampliando a dominação do imperialismo sobre o país.
O movimento nacionalista irlandês, que começa a se desenvolver no fim do século XIX, foi um dos mais importantes movimentos nacionalistas do mundo. Um dos grupos combativos mais importantes que surgem nesse movimento é o Exército Republicano Irlandês, conhecido como IRA. O IRA surgiu no princípio do século XX, durante o movimento que desembocou no chamado “Levante da Páscoa” em Dublin, que foi uma importante tentativa dos irlandeses de conseguirem sua independência. Apesar de fracassado, a violência usada pelos ingleses para esmagá-lo foi um importante incentivo para o povo irlandês romper com os ingleses e poder lutar por sua independência posteriormente.
A partir de 1919, o IRA passa a uma ofensiva através de guerrilhas contra as forças britânicas. A campanha foi bem sucedida e em 1921, foi declarado um cessar-fogo. Posteriormente, uma facção dos nacionalistas irlandeses assinaram um tratado de paz com a Grã-Bretanha, que dividiu o país, fazendo com que a região sul da Irlanda se tornasse independente, enquanto os 9 condados do norte permaneceram sob domínio inglês.
Esse acordo possibilitou a fundação do Estado Livre da Irlanda no dia 6 de dezembro de 1921, o que gerou uma guerra civil com o outro setor dos nacionalistas irlandeses, que eram contra o tratado com a Grã-Bretanha. Essa outra facção foi derrotada em 1923. Em 1937, uma constituição foi adotada pelo povo irlandês, que considerava a Irlanda como um país soberano, independente e democrático, renomeando o país para Eire. Em 1949, o Tratado da República da Irlanda, nome atual do país, cortou os últimos laços com o Commonwealth, consequentemente com a coroa inglesa.
Na Irlanda do Norte, pertencente à Grã-Bretanha, os conflitos ainda persistiram, com a presença do IRA. Esses conflitos, entre protestantes (pró-imperialismo) e católicos (nacionalistas) tiveram uma escalada na violência durante o começo dos anos de 1970, com mais de 3.000 mortos até hoje.