No dia 30 de agosto de 1918, Lenin fora abordado ao entrar no seu carro, após uma assembleia operária, pela militante anarquista dos socialistas revolucionários, Fanni Kaplan. A russa usou como pretexto a dissolução da Assembleia Constituinte, ocorrida graças a intervenção dos Bolcheviques, pretexto para entrar em uma discussão artificial.
Em pouco tempo Kaplan sacou uma arma e atirou contra Lenin. Uma das balas perfurou seu casaco e outras duas o acertaram, perfurando assim seu pulmão e outra atingindo seu ombro.
Fanni Kaplan viria a considerar Lenin como um “traidor da revolução” após a decisão dos Bolcheviques em dissolver a Assembléia Constituinte. As eleições foram feitas logo após a revolução, e na prática vieram a representar não um fator positivo para o recém fundado Estado Operário, mas sim uma abertura para a ação eleitoral da burguesia contra-revolucionária e da pequeno-burguesia centrista.
Lenin e os Bolcheviques, logo percebendo o grande risco que a Assembléia havia se tornado para a revolução, decidiram por dissolvê-la, pouco tempo após as eleições. A prova de seu caráter difuso foi o seu próprio resultado, em que a pequena-burguesia saiu vitoriosa no terreno eleitoral, mesmo não tendo o poder político e a influência no movimento operário dos Bolcheviques.
Esta ação gerou fortes atritos dos Bolcheviques com os socialistas revolucionários e demais organizações de esquerda, levando à tentativa de assassinato do principal líder da revolução.
A tentativa de assassinato viria então a ser motivada pela confusão política geral, e ação abertamente contra-revolucionária promovida pelos grupos pequeno-burgueses e a própria burguesia.