Um ato está sendo convocado pelos comitês de luta por fora Bolsonaro para o dia 18 de abril na cidade de São Paulo. Ao contrário das forças que buscam fazer dos atos uma “defesa da democracia” (o que não passa de um eufemismo totalmente desconectado da realidade posta desde o golpe de 16), é preciso que os setores mais atingidos pelo regime golpista tomem a vanguarda da luta política de modo a radicalizar ainda mais a situação, e assim, tirar a luta do abstrato mundo das ideias e levá-la onde a ameaça é real: na continuidade do governo de Bolsonaro, um regime de terror contra a população que ameaça se tornar ainda mais repressivo caso não seja enfrentado com a seriedade devida.
Para isso, é necessário que a campanha de agitação comece desde já nas fábricas, nas universidades, em locais de grande aglomeração popular como estádios e outros. O carnaval deixou claro que a predisposição da população para a luta é enorme. Em toda a cidade, a temperatura política atingiu um patamar tão elevado que obrigou município e estado a imporem severas restrições à festa, e em muitos casos, a recorrer as forças de repressão para dispersarem com violência mesmo as aglomerações (o que sempre acontece sob um disfarce mais ou menos elaborado).
A crise aberta com o carnaval foi tão grande que obrigou todo o teatro encenado pelo general Heleno, o que virou estopim de uma nova ameaça de recrudescimento. Analises mais minuciosas podem ser encontradas nas matérias publicadas por este órgão de imprensa mas nesta específica, importa a clareza de que gente disposta a ir às ruas por fora Bolsonaro é o que mais tem, especialmente na principal cidade operária do país. Basta não reproduzir a capitulação da esquerda pequeno burguesa e, ao invés de segurar o ímpeto popular, deixar o povo livre para que a principal demanda política do conjunto da população (que por sinal, está presente nas grandes aglomerações desde o carnaval de 2019 e só cresceu de lá pra cá) seja expressa.
Por isso, junte-se você também aos trabalhos realizados pelos comitês de luta no seu bairro, escola, campus ou fábrica. Caso ainda não haja próximo um formado, forme novos com seus conhecidos nas universidades e nos locais de trabalho. Toda força na agitação junto a população para que, no dia 18 de abril, tenhamos um grande ato vermelho em todo o país, deixando claro que o povo não aceita mais o regime de terror imposto por este governo golpista e exige o fim deste que vem atacando sistematicamente os trabalhadores, estudantes, sem terras, indígenas, mulheres, negros, lgbts, o amplo conjunto da população brasileira. 18 de abril, todos às ruas por fora Bolsonaro.