Três dias após o primeiro uso militar de uma bomba atômica, que arrasou a cidade de Hiroshima, os EUA detonaram outra sobre a cidade de Nagasaki. A primeira usava o elemento radioativo Urânio, a segunda Plutônio. Juntas causaram a morte de mais de 200 mil pessoas.
Apesar da monstruosa manobra militar ser frequentemente apresentada como uma necessidade para forçar a rendição do Japão, o lançamento das bombas atômicas foi claramente o primeiro movimento dos EUA em direção à política de hostilidade à URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), que ficou conhecida como Guerra Fria.
Foi uma demonstração para a URSS e seu Exército Vermelho de que o Imperialismo contava com uma arma inédita, que representava um potencial de destruição massivo concentrado em apenas uma bomba.
O lançamento dessa segunda bomba atômica deixou ainda mais claro que o objetivo dos EUA era menos militar do que propagandístico, pois os efetivos militares japoneses em Nagasaki eram mínimos. Assim como em Hiroshima, a maioria dos mortos eram civis. Ainda é tema de debate se o fator mais importante para a rendição japonesa foram as bombas atômicas ou a declaração de guerra pela URSS. O poder do Exército Vermelho, que havia a poucos meses derrubado o nazismo, era plenamente conhecido, o das bombas atômicas impressionou muito mais pelos seus efeitos ao longo do tempo.
Dois crimes de guerra pelos quais os EUA nunca foram julgados e que mostram o nível de violência da burguesia, que procura se apresentar até hoje como “democrática”. Ao se opor tardiamente ao nazismo alemão, as burguesias inglesa e norte-americana buscaram se apresentar como defensoras dos valores democráticos por contraste, uma farsa até hoje encenada nos filmes hollywoodianos.
Vale destacar que os crimes de guerra da frente ocidental dos “Aliados” não se restringiram ao uso das bombas atômicas. Por exemplo, os bombardeios noturnos foram banalizados pelas Forças Aéreas desses países. Com isso, a identificação dos alvos militares era praticamente inviabilizada e cidades inteiras foram arrasadas, a vida de milhões de civis não foi levada em conta pelos que gostam de se apresentar como os “bonzinhos”.
Os planos de exercer uma supremacia absoluta foram rapidamente frustrados pelo desenvolvimento de bombas atômicas por outros países, em especial a URSS, o que impulsionou a corrida armamentista da Guerra Fria.