Há exatos 59 anos, a educação nunca mais seria a mesma no arquipélago cubano. Uma profunda transformação promovida pela revolução de 1959 lançaria as bases para o que se tornaria modelo a ser exportado. A Reforma da Educação Integral, por sua vez, determinou o objetivo da educação no país: dar plenas condições para o desenvolvimento do ser humano.
A tarefa, portanto, contou com a ação de 3.000 professores voluntários que se propuseram a levar a educação aos locais mais distantes dos grandes centros, dando condições aos camponeses que moravam em lugares remotos. Além da Campanha Nacional de Alfabetização, fora criada a Brigada de Professores de Vanguarda “Frank País”, alcançando as províncias do Oriente, Las Villas e Pînar del Río. As mulheres camponesas foram contempladas com o Plano de Educação para a Camponesa “Ana Betancourt”, o qual oferecia aulas em corte e costura, em Havana.
Poucos meses após o triunfo da Revolução (1959), Fidel Castro, comandante em chefe do governo revolucionário, anunciara nas Nações Unidas, que daria um enorme passo rumo à completa alfabetização do povo cubano. A partir daí, seria colocada em prática uma grande campanha de alfabetização com o objetivo de erradicar o analfabetismo. De início, não levaram em conta a convicção do regime cubano, pois o país era subdesenvolvido. Enganaram-se os céticos, pois, em 1961, Cuba seria o primeiro país da região à erradicar o analfabetismo, o que levou a UNESCO a reconhecer o feito. Vale lembrar, porém, que a população cubana era quase inteiramente analfabeta.
A consolidação da Revolução necessitava de uma nova expressão jurídica, e, para isso, leis e regulamentos em torno do revolucionamento educacional foram promulgados às pressas. Afinal, a revolução havia implodido a muralha que impedia o acesso universal a educação. No dia primeiro de maio de 1961, o governo manifestou o ensejo popular e movimentou-se no sentido de nacionalizar todas as escolas privadas do país. Por conseguinte, em 6 de junho de 1961, aprovada democraticamente entre todo o conjunto da população, foi aprovada a Lei de Nacionalização da Educação – abolindo a educação privada e os antigos métodos de ensino, além de estabelecer uma educação revolucionária. Pode-se, no entanto, concluir que o terceiro ano da Revolução, 1961, teve um caráter decisivo para a história do povo cubano, uma vez que a Campanha de Alfabetização alcançara por completo seu objetivo.