Nesta quarta-feira (10/4), organizações de trabalhadores lançaram o Comitê Estadual Lula Livre em Santa Catarina. O evento aconteceu no auditório da FECESC, entidade ligada à CUT. Além do Partido dos Trabalhadores, também participam da organização o PCdoB, o MST, o Movimento dos Atingidos por Barragens, a CUT, a Intersindical e o Partido da Causa Operária.
Na mesa, o presidente estadual do PT, Décio Lima, acusou corretamente a eleição presidencial de ter sido uma grande fraude. A fala ajuda a quebrar o discurso capitulador de certas lideranças partidárias da esquerda, que insistem em considerar legítima a vitória de Bolsonaro, como se fosse resultado de expressivo apoio popular.
O companheiro Matheus Vetter (PCO) enfatizou que “só com o povo na rua é que Lula será solto. Já está mais do que comprovado que a liberdade dele não será alcançada por meio de nenhuma instituição. Por isso, a organização de comitês é muito importante.” O companheiro lembrou ainda que, com mais de 4.000 sindicatos ligados à CUT, se cada qual desse uma contribuição mensal de R$2.500 – um número modesto para qualquer organização, e mais do que justo para o tamanho da causa – seriam levantados 10 milhões de reais, valor suficiente para manter uma grande imprensa operária, caravanas de militantes para as lutas de rua e outros recursos importantes para a derrubada dos golpistas.
Luiz Modesto Costa (PCdoB) pontuou que a liberdade do ex-presidente deve ser central em todas as mobilizações populares. Por fim, um dos fundadores e líderes do MST no Estado, Vilson Santin, falou que o Movimento dos Sem-Terra está “retomando a luta”. Este, que já foi deputado estadual pelo PT, defendeu ainda que os líderes petistas que não lutarem pela liberdade de Lula devem ser punidos, ou mesmo expulsos do partido.
Foi colocado como objetivo de trabalho abrir comitês Lula Livre em todas as cidades catarinenses, e comitês de bairro em cidades maiores, e que cada casa de militante sirva como sede de um comitê. O clima geral do evento foi indicativo da crescente radicalização de setores populares, que pressionam pela luta real no coração do golpe, que foi a prisão de Lula.