Depois de uma série de ataques do regime golpista contra a imensa maioria do povo, que provocou um brutal retrocesso nas suas condições de vida, como o desemprego e subemprego atingindo mais de 27,5 milhões de brasileiros (cerca de 25% da força de trabalho), o rebaixamento dos salários, o aumento da fome, a redução dos gastos públicos com Saúde, Educação, Moradia e tudo mais que interessa à população etc., os explorados e suas organizações de luta estão retomando o caminho das grandes mobilizações de rua, sinalizando uma clara evolução no sentido de dirigi-las contra o governo golpista e ilegítimo de Jair Bolsonaro. Co m o que, se opõe – de forma concreta – à politica de setores reacionários da esquerda burguesa e pequeno burguesa que buscam um entendimento com os golpistas, seja apoiando suas medidas (como os governadores que querem apoiar a “reforma” da Previdência com algumas mudanças), seja buscando um entendimento com setores golpistas (FHC, PSB, Ciro Gomes etc.)em torno de uma “frente ampla” que não quer encontrar uma saída para acalmar a situação e esperar por novas eleições fraudulentas.
As grandes mobilizações dos últimos dias 15 e 30 de Maio, ocorridas em mais de 300 cidades, em todas as regiões do País, mostraram, a enorme disposição de luta presente entre os trabalhadores e a juventude, contra o governo e seus ataques contra todo os explorados do País. Uma situação que mostra a evolução de uma tendência que vinha se manifestando desde o carnaval, nos primeiros atos contra a “reforma” da Previdência etc. E que, de certa forma, é a continuação da evolução das lutas contra o impeachment, pela sua anulação, contra o governo Temer etc.
Bem diferente do que procuram concluir a imprensa golpista e seus “analistas” e do que repetem setores da esquerda conciliadora , os milhões de pessoas que saíram às ruas, bem como os outros muitos milhões que os apoiam, não estão se manifestando apenas para protestar contra os cortes na Educação (como a direita gostaria), mas são a expressão clara e inequívoca da revolta crescente contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro e seus ataques contra o povo trabalhador. Por isso mesmo, estão abalando ainda mais o já combalido governo e todo o regime politico.
Isso fica evidente também nas pesquisas (mesmo que deformadas) e o fato de que tanto no dia 15, como no dia 30, as manifestações superaram, muitas vezes (pelo menos 1000% maiores), os esvaziados atos coxinhas, do último dia 26, de apoio a Bolsonaro, realizados com o financiamento dos capitalistas e suas organizações, ainda que de forma disfarçada diante da divisão interna crescente em suas fileiras.
As manifestações expuseram a crise do regime e a fragilidade da operação de “salvação” ou sobrevida para o governo Bolsonaro que os diversos setores golpistas procuram colocar em marcha, desde o começo da última semana, em torno do anunciado “pacto”, envolvendo os chefes dos poderes do moribundo Executivo (dividido entre suas diversas alas), do reacionário e corrupto Legislativo (dominado pelo “centrão”) e do golpista e imperial Judiciário (claramente tutelado pelos militares), tendo como objetivos imediatos manter a ofensiva contra os trabalhadores (“reforma” da Previdência, cortes etc.) e impedir a queda, ao menos por hora, do governo que mostrou um apoio político pequeno, mas que é maior do que do que o dos outros setores tradicionais da política burguesa tão ou mais desgastados do que o “bolsonarismo”.
As duas grandes manifestações no espaço de duas semanas, por suas vez, impulsionaram as tendências de luta, em torno da realização do dia nacional de paralisação, a greve geral, do dia 14 de junho. Que pode ser um primeiro passo para uma greve geral de verdade, por tempo indeterminado, até a derrota cabal dos ataques do governo Bolsonaro e sua queda.
A tarefa central da próxima etapa é impulsionar uma intensa campanha nos locais de trabalho, estudo e moradia, realizando milhares de assembleias, panfletagens, colagens de cartazes etc. que impulsione a mobilização para parar todo o País, realizando milhares de assembleias, plenárias, reuniões de comitês etc. para reforçar a unidade dos trabalhadores e da juventude, enterrando a perspectiva fracassada de conciliação com os golpistas e fortalecendo a luta por uma alternativa dos explorados e de suas organizações de luta: a derrubada do governo Bolsonaro e de todos os golpistas, a conquista da liberdade de Lula e de eleições gerais, com Lula candidato.
A greve geral precisa ser uma mobilização ativa, com grandes atos nas capitais e não um “dia de folga”que coloque em ação a poderosa classe operária em todo o País.