O ato do 30 de maio em São Paulo foi chamado com partida do Largo da Batata, no bairro de Pinheiros, e obrigou os manifestantes a caminharem sete quilômetros até a avenida Paulista. Essa organização do ato, que parece mais uma extravagância ou tentativa de “inovar” por parte de setores da esquerda pequeno-burguesa, contribuiu para a desorganização do movimento.
Com uma proposta dessas, é natural que houvesse uma dispersão da manifestação, mostrando o prejuízo ao desenvolvimento da luta causado por esse tipo de organização.
Os militantes de São Paulo sabem que o principal apologista dos atos “diferentes” é justamente o psolista Guilherme Boulos. É dele normalmente a iniciativa de convocar o ato para o Largo da Batata, na Zona Oeste. Provavelmente é uma jogada de tipo eleitoral, já que os simpatizantes do PSOL são frequentadores assíduos da Vila Madalena, bairro boêmio frequentado pela esquerda pequeno burguesa, vizinho ao Largo da Batata.
O normal é que os grandes atos sejam marcados para os grandes centros urbanos,
onde é fácil o acesso para pessoas de todos os locais da cidade. Em São Paulo, a Avenida Paulista, local tradicional das mobilizações, ou as praças da Sé e da República no centro da cidade. Nesse sentido, trazer as pessoas da periferia deve ser responsabilidade das diversas entidades estudantis e de esquerda que contenham alguma arrecadação financeira.
Nos dias 15 e 30 de maio ocorreram atos de repúdio ao governo golpista nos quais participaram setores de toda a população. Esse caráter de massas deixa ainda mais patente o erro político de uma convocação para um local que atrapalha na organização do ato. Essa escolha do local não é um simples detalhe, mas faz parte do esforço de toda a direção do movimento de dificultar a mobilização contra o governo, pelo Fora Bolsonaro, e levantar uma mobilização esvaziada e por lutas parciais.