Nessa segunda-feira, dia 28, morreu Tio Mário, baluarte do samba de São Paulo, do Camisa Verde e Branco, uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo. Com 91 anos, faria 92 no próximo mês.
Tio Mário foi ritimista e apitador de samba no Camisa. Para os que não conhecem, apitador é o responsável por conduzir a bateria ou alas da bateria da escola de samba.
Tardiamente, nas palavras do próprio Tio Mário em entrevista ao programa Uzwela na Causa Operária TV, ele se tornou compositor. Entre sambas canções, marchas e sambas dolentes, as composições de Tio Mário são caracterizadas por letras maliciosas contando histórias da malandragem e por melodias que ressaltam o peso da batida influenciada por sua formação percussiva. O que acabou também por ganhar a alcunha de mestre do Tambu em São Paulo.
Coube a uma iniciativa independente lançar parte de suas composições, interpretadas por ele mesmo, em CD. A coleção Memória do Samba Paulista, produzida por Renato Dias e T. Caçula, prestou o serviço histórico de registrar boa parte dos compositores da velha guarda de São Paulo.
A Causa Operária deixa aqui sua homenagem a esse sambista, que embora distante dos holofotes dos monopólios da imprensa e da indústria fonográfica, deixa sua marca e influência nas novas gerações do samba de São Paulo e de todo o Brasil.
Assista à entrevista com Tio Mário no programa Uzwela em 2016.