A “democrática” França é um país cuja burguesia tem tradições imperialistas e, portanto, violentas, até mais antigas do que os próprios Estados Unidos. Os capitalistas franceses mantiveram colônias no mundo inteiro, onde barbarizaram para manter sua população oprimida. Dois exemplos foram a Argélia e a Indochina (Sudeste Asiático). Entre as décadas de 1940 e 1960, quando as lutas por independência passaram a ganhar forças nessas regiões, o exército francês desenvolveu uma verdadeira tecnologia de opressão com objetivo de conter os movimentos revolucionários.
Já em 1950, a Escola Superior de Guerra francesa passou a ensinar os militares brasileiros, conforme conta o jornalista Marcelo Godoy em seu recente livro. As aulas continuaram pelo menos até meados década de 1970, quando ainda há registros de militares franceses vindo ao Brasil para ensinar técnicas de tortura a oficiais daqui. Um dos principais nomes desta colaboração foi o general francês Paul Aussaresses, que escreveu livros revelando os detalhes das crueldades praticadas, e defendendo a tortura como uma instituição necessária. Apesar das confissões e apologias, o psicopata recebeu anistia. Dentre os amigos próximos de Aussaresses no alto escalão militar estavam o general e futuro presidente João Figueiredo, e o comandate do DOPS, delegado terrorista Sergio Fleury.
Não podemos nos impressionar com a demagogia pseudodemocrática de burguesias imperialistas. São estes países “avançados” os que exportam tecnologia para oprimir e subordinar a classe trabalhadora em países periféricos. E também não podemos nos comover com fascistas, adotando posturas benevolentes e conciliadoras com estes genocidas. São elementos desprezíveis que precisam ser colocados atrás das grades. Do contrário, na primeira oportunidade, voltam a ser patrocinados por capitalistas para a tarefa de oprimir as classes populares.