Dois elementos integrantes de um grupo nazi-fascista de skinheads, da periferia do Distrito Federal, agrediram e espancaram na noite da última sexta-feira, dia 16 de agosto, um jovem grafiteiro de 23 anos, integrante do Grupo “Graffiti Brasília”, conhecido no meio artístico da cidade por Jhamau Sant’Anna (foto).
O fato ocorreu na cidade satélite de Ceilândia, a maior concentração operária e popular do DF, onde no último domingo (dia 18) ocorreria um evento denominado “Mutirão de grafite antifascista”, organizado por artistas locais, “depois que símbolos nazistas foram pichados em muros de Ceilândia” (G1, 17/08). As agressões provocaram graves hematomas na face do jovem artista, havendo a necessidade de internação em uma UTI de um hospital da cidade. As últimas informações dão conta de uma melhora no quadro clínico do jovem, já tendo o mesmo deixado a UTI, indo para uma enfermaria, ainda sem previsão de alta.
A agressão que vitimou um jovem artista que participaria de um evento antifascista na periferia do DF soma-se a dezenas de outras ações que a direita e a extrema-direita vem realizando em todo o país, numa clara tentativa de intimidar e ameaçar os que buscam se organizar para repudiar e enfrentar a extrema direita fascista, a polícia, o golpe, o governo Bolsonaro, a burguesia e o imperialismo.
O método dos covardes skinheads nazifascistas é o mesmo que caracteriza a ação da extrema direita em todo o país e no mundo. Esses elementos desclassificados se utilizam da tocaia e da cilada para encurralar e agredir as vítimas. Eles nunca agem contra multidões, movimentos e atos de massas, pois são covardes e medrosos, temendo a reação popular à sua política direitista, sem qualquer apoio junto à população.
O fato é que cresce em todo o país a ação da extrema direita e da polícia contra não só os direitos democráticos da população; contra o direito de expressão e reunião (censura a shows, invasão de sindicatos), mas principalmente através da ação violenta dos agentes de repressão do Estado (Polícia Militar, Polícia Federal, Exército), evidenciando a escalada reacionária atualmente em curso no país. A ação violenta dos skinheads, neste sentido, é nada mais do que o reflexo dessa ofensiva reacionária da extrema direita, que não encontra uma reação à altura em função da política defensiva e recuada da esquerda nacional.
A ofensiva da extrema direita, dos skinheads, da polícia, dos bandos fascistas, das milícias e dos grupos de extermínio contra a população pobre e explorada do país somente poderá ser detida, somente poderá ser barrada pela mais ampla mobilização social de todos os setores, em primeiro lugar da numerosa classe operária brasileira, que hoje sofre com os ataques do governo golpista e fraudulento de Jair Bolsonaro, da extrema direita, da burguesia e do imperialismo.
Como medida prática para reagir aos ataques da extrema direita nazifascista, devem ser constituídos em todo o País os comitês de auto-defesa dos trabalhadores, dos estudantes e da população jovem que habita a periferia das grandes cidades.