Na última terça, 9, os servidores municipais de Maceió fizeram greve e reuniram-se em frente à Câmara dos Vereadores, onde estava sendo votada a aprovação de dois Projetos de Lei, um que trata do plano de cargos, carreiras e salários e outro referente ao pagamento de insalubridade ou periculosidade, as férias, a hora extraordinária e o auxílio funeral, propostos pelo prefeito golpista Rui Palmeira (PSDB). A idéia realizar um corte generalizado de mais de R$ 12 milhões afetando milhares de trabalhadores do município.
Diversos representantes sindicais alegaram haver um acordo entre eles e os vereadores em que seriam todos convidados a participar da votação, mas não foi cumprido. Devido a isso, os manifestantes começaram a se radicalizar e começaram a ter falas mais agressivas contra o prefeito tucano e os vereadores e exigiram a abertura das portas para todos.
Ao serem completamente ignorados, começaram a tentar abrir as portas da câmara dos vereadores com os cabos das bandeiras e empurrões, gritando palavras de ordem reivindicando seus direitos e passaram a ser fortemente reprimidos pela polícia com bombas de efeito moral, tiros de bala de borracha e confronto físico. Vários trabalhadores que estavam presentes ficaram feridos.
Os servidores, ao obter sucesso na derrubada das portas, seguiram até o local em que a votação estava ocorrendo com gritos de “o povo unido jamais será vencido”, “fora rui” e pedindo para arquivarem o PL. Entraram dentro do plenário de votação, pressionando os vereadores, mesmo com repressão da polícia dentro da sala e diversas ameaças de que o prédio cairia ou que o BOPE tiraria todos de lá a força, até que aceitaram fazer uma reunião com os representantes todas as categorias naquele momento.
Os manifestantes retiraram-se da sala mas continuaram em vigília na parte de fora da câmara até o fim da reunião. Foram chamados reforços da polícia, incluindo helicópteros e dezenas de carros do BOPE com vários policiais altamente equipados e armados, prontos para reprimir o povo.
Depois de algumas horas, representantes saíram e anunciaram o cancelamento das atividades na câmara por uma semana e o adiamento da votação sobre a PL sem data prevista. Após os acontecimentos, ainda houve uma marcha até o prédio da Prefeitura de Maceió, onde seguiram a gritar “Fora Rui” e exigir que o Projeto de Lei seja arquivado.
A tendência à mobilização popular contra os atuais representantes do governo e os ataques dos golpistas se mostra cada vez mais clara. Essa política de ataques é produto do golpe de estado. Por isso, é preciso continuar mobilizando toda a classe trabalhadora em torno da luta contra o golpe (que segue com a política de ataques à população), pela liberdade do ex-presidente Lula e pela derrubada do presidente fascista e eleito pela fraude, Jair Bolsonaro.