Sexta-feira (20) o chargista Vitor Teixeira lançará seu primeiro livro, reunindo charges de um período que vai de 2013 até 2019. O lançamento acontecerá em São Paulo no bar Al Janiah. Sob o título “Quer que eu desenhe?”, o livro conta a história recente do Brasil na perspectiva da denúncia do golpe, da luta contra o avanço da extrema-direita e das polêmicas da esquerda nesse processo.
A polêmica marca a obra de Vitor Teixeira como uma luta para que ela possa existir tal com ela existe. O chargista foi obrigado a comparecer a uma audiência em um processo movido por Luciano Hang, o “Véio da Havan”, durante a preparação da publicação. A direita odeia os artistas em geral, porque eles dão voz a uma insatisfação na sociedade que eles gostariam de calar na marra. Por isso esses bárbaros ostentam sua ignorância com orgulho, são militantes do obscurantismo. Vitor, do outro lado da trincheira nessa guerra, é um militantes da liberdade de expressão, em luta para poder se expressar.
Essa militância também se dá no embate com setores da própria esquerda, que importaram ideologias dos EUA com as quais buscam justificar a censura, inclusive no sentido literal e judicial. Esses censores gostariam de lacrar todas as vias de expressão possíveis. Quando o título deste livro pergunta “quer que eu desenhe?”, há na esquerda quem gostaria que isso significasse que o chargista só vai desenhar o que eles quiserem. Mas se fosse assim, Vitor não teria sequer visto que o golpe era um golpe, ou que o golpe tinha participação militar (o que hoje parece fácil de ver, mas foi outro debate acalorado).
Portanto, se Vitor vem desenhando até aqui um panorama político claro, isso é consequência de uma defesa ativa do direito de se expressar, em todas as frentes. Contra a censura e contra a autocensura, custe o que custar. Aqui a polêmica política mais geral e a polêmica em defesa da liberdade de expressão se confundem. A primeira só é possível graças à intransigência que o chargista demonstra na segunda. É necessária uma liberdade absoluta daqui para frente para continuar expondo as linhas principais dos planos direitistas contra os trabalhadores e o Brasil. E essa liberdade é um direito a ser conquistado a cada dia, de forma contínua.