Há uma expressão popular muito famosa que diz que “filho feio não tem pai”. No mundo da política este ditado assume feições bastante concretas. Nesta matéria damos sequência à série dos lava-jatistas, “moretes” da esquerda. Sendo assim, não poderíamos deixar de falar de um dos partidos de esquerda que mais defendeu a Lava Jato como uma operação moralizadora da política brasileira, o PSOL.
Uma nota de 2018, publicada no sítio do então deputado federal do Rio de Janeiro Chico Alencar, afirmava logo no título: “Fake News: PSOL não assinou CPI para barrar a Lava Jato”. O texto também é assinado pela bancada do PSOL na câmara na época, Chico, Edmilson Rodrigues, Glauber Braga, Jean Wyllys, Luiza Erundina e Ivan Valente. Logo de cara vemos que o PSOL se defende de uma suposta acusação de que queriam “barrar” a Lava Jato, ou seja, na realidade é o oposto, a nota é uma defesa desta operação golpista. Temos aqui o PSOL se vangloriando por não ter votado a favor da CPI para barrar a Lava Jato, pois eles seria a favor da operação.
A nota não ataca em nenhum momento a operação, pelo contrário, em um certo ponto ela afirma que “ Assinatura em pedido de CPI não pode ser entendida (maldosamente?) como alinhamento com partidos de investigados e réus, nem como união contra a Lava Jato – na qual reconhecemos muitos méritos e, também, parcialidades.”.
Temos aqui um apoio explícito à operação, afinal quais exatamente seriam os “muitos méritos” desta operação golpista? A frase final, que diz reconhecer também parcialidades (não muitas?) não tem muita serventia a não ser tentar blindar o partido do peso político de apoiar esta operação fraudulenta.
Outros elementos do PSOL já se mostraram muito destacados na defesa da Lava Jato. É o caso da própria Luciana Genro, que poderia ser classificada anteriormente como “morete”, tiete de Sérgio Moro. Até depois dela mesma ser denunciada em delação da Lava Jato, que afirmava que a Odebretch financiou a rede de pré-vestibulares populares “Emancipa”, ligada ao partido, Luciana seguia defendendo a operação.
As denúncias recentes do Intercept que envolviam Fernando Henrique Carsoso e o PSDB à Lava Jato e ao Moro provocaram uma avalanche de fotos apagadas nas redes sociais. Luciano Huck, por exemplo, apagou algumas fotos em que aparecia com o ex-presidente, assim como a deputada do PDT Tábata Amaral, apelidada nas redes de “Batata Liberal”. Como dissemos no começo da matéria, filho feio não tem pai. Portanto, já seria de se imaginar que também os elementos da esquerda pequeno-burguesa, neste caso o PSOL, procurassem agora apagar os (muitos) vestígios de que num passado não muito recente, eram defensores fervorosos da operação “Vaza Jato”.
Um aspecto secundário do problema, mas que também é importante, é a sintonia do PSOL com a política ditatorial que é a suposta campanha contra as Fake News (Notícias Falsas), que no final das contas vai servir justamente para calar a esquerda. Essa posição é compartilhada por toda a esquerda pequeno-burguesa, incluindo aí o PCdoB de Manuela D’ávilla e o próprio PT. Temos que trabalhar incansavelmente para dissipar esta confusão. A campanha contra as “Fake News” vem justamente da grande imprensa capitalista mundial e também nacional, os maiores mentirosos de todo o planeta. A campanha pretende dar à esse setor um controle ainda maior sobre a liberdade de expressão, afinal o advento da internet provocou algumas rachaduras no controle que a grande imprensa capitalista tem sobre a “opinião pública”. Portanto, toda a campanha em torno das tais Notícias Falsas deve ser veementemente repudiada pela esquerda que se pretende democrática.
Agora que a operação Lava Jato e o seu maior representante, Sérgio “Batoré” Moro vão sendo profundamente corroídos diante das denúncias que surgem de um setor ligado ao próprio PSOL, o Intercept, podemos esperar um processo de abandono de incapaz por parte das moretes psolistas, um triste caso de pais que abandonam seus rebentos. Este fato inclusive mostra uma divisão dentro do PSOL em torno do problema de apoiar a operação Lava Jato. No entanto, conforme procuramos apresentamos nesta matéria, caso Moro e a Lava Jato façam o exame de DNA, há provas materiais muito abundantes de que o PSOL também é pai.