A população negra está entre os setores da classe trabalhadora mais submetida à superexploração capitalista e seu complemento, a opressão política do Estado. Com a crise capitalista, o sofrimento e a vulnerabilidade social dos negros aumentam ainda mais, uma vez que são os primeiros a terem seus direitos sacrificados e lançados no abandono, no desemprego e na miséria.
Os dados relativos às taxas de suicídio entre brancos e negros e a letalidade policial são inequívocos da dura realidade da população negra no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que a taxa de suicídio entre jovens negros é 45% maior do que a de jovens brancos. Na questão da violência policial e do encarceramento, a taxa de assassinato de negros por policiais militares é três vezes maior e duas vezes e meia no índice de prisões em flagrante delito. Na questão do salário, de acordo dom dados divulgados divulgados pelo IBGE, os negros recebem uma média de 1,2 mil a menos do que os brancos.
A superexploração e a opressão política, que se materializam no confinamento social nas favelas, no fato de os negros ocuparem os postos de trabalho de menor remuneração e serem vítimas de constantes massacres por parte das forças de repressão do Estado, faz com que muitos negros não vejam qualquer perspectiva de vida e acabem por cometer suicídio.