Na noite dessa última segunda-feira (4) pistoleiros, a mando de proprietários rurais, invadiram território indígena disparando tiros de bala de borracha de grosso calibre contra integrantes da tribo Guarani Kaiowá. Atingindo tórax, cabeça e ombro.
Nessa mesma região, em julho deste ano, um adolescente de 14 anos recebeu 18 tiros e foi arremessado vivo em uma fogueira pelos jagunços, onde permaneceu até o amanhecer do dia seguinte, tendo 90% do corpo queimado, morrendo cinco dias depois.
Lembrando também que Mato Grosso do Sul foi palco de 38 assassinatos de indígenas em 2018 – ano que aumentou em 20% o número de homicídios de índios em relação ao ano anterior – totalizando 135 em todo o país.
Esses fatos se somam ao caso dos indígenas da tribo Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia, estarem ameaçados em perder um território de 470 quilômetros quadrados em que vivem desde 1680 para uma empresa portuguesa (Vila Galé) que deseja construir um hotel de luxo no local e assim despejar cerca cinco mil indígenas. Em que Gilson Machado Neto, presidente da EMBRATUR e amigo de Jair Bolsonaro, assinou ofício enviado à FUNAI, em julho deste ano, para ignorar a demarcação indígena e construir o empreendimento multinacional na região. O ofício estava tramitando em sigilo, justamente por ser inconstitucional.
Isso significa que os Guarani Kaiowá de Dourados (MS) estão sendo queimados vivos e sendo vítimas de disparos à noite porque há algum empreendimento de luxo a ser construído no local ou mesmo fazendeiros que desejam ganhar com a especulação das terras.
Não por coincidência aumentou a porcentagem de ataques a indígenas – o golpe visa justamente facilitar para grupos imperialistas e fazendeiros. E obviamente o número de homicídio de índios só vai aumentar se o golpe não for derrubado.
A tentativa de assassinato de Evo Morales, na Bolívia, as ameaças de prisão de Cristina Kirchner na Argentina demonstram que os ataques às soberanias nacionais dos países subdesenvolvidos e os ataques aos povos oprimidos vão se intensificar.
Por isso é preciso organizar a luta contra o imperialismo na América Latina. Sendo o Brasil um país central no continente; fundamental todos participarem na II Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe e o Fascismo nos dias 14 e 15 de dezembro, na Quadra dos Bancários, no Centro da cidade de São Paulo – SP.