Neste dia 07 de novembro, os trabalhadores metalúrgicos do Estado do Espírito Santo entraram no sétimo dia de greve. Os trabalhadores e o sindicato denunciam a intransigência da empresa em não querer negociar e colocar uma “negociação moderna” em que somente o setor patronal apresenta as propostas.
O sindicato patronal (Sindifer) sequer ouviu o sindicato dos trabalhadores e suas propostas, e apresentou uma série de medidas que atacam duramente os metalúrgicos em todo o Estado. O mais gritante é a proposta de redução de 50% dos salários e do vale alimentação, entre os ataques.
Contrários a esses ataques, os trabalhadores exigem reajuste salarial equivalente à inflação do período mais 5% de ganho real, auxílio alimentação no valor de R$ 480,00, piso profissional no valor de R$ 3.500,00, plano de saúde com custo zero para todos os metalúrgicos e seus dependentes, hora extra de 100% para dias úteis e 150% para finais de semana, feriados e dias de folga de turnos.
A categoria é importante no Estado e possui grandes empresas do setor. São a Vale, possui quase 14 mil trabalhadores, a Samarco, com 830 trabalhadores, o grupo Simec, um dos principais produtores de aços especiais do mundo com 600 metalúrgicos, a Imetame, com mil metalúrgicos, e a ArcellorMittal com mais de 6 mil trabalhadores em duas unidades.
A greve vem crescendo em adesão, principalmente nessas grandes empresas de metalurgia, e os patrões começam a tomar as mais diversas ações para assediar os trabalhadores e forçá-los a furar a greve. A Imetame está colocando balsas para que os trabalhadores não precisem passar pela portaria e o piquete realizado pelos grevistas. O sindicato denuncia que há empresas forçando os metalúrgicos a atravessarem terrenos baldios e lixões para trabalhar e furar a greve.
As empresas estão obrigando os metalúrgicos a trabalhar de madrugada, sem respeitar o horário de descanso necessário para iniciar uma nova jornada e os trabalhadores que se opõem a essas condições estão sendo ameaçados de demissão.
Fica evidente que os patrões estão se apoiando nas novas “regras” da direita golpista encabeçada pelo governo do fascista Jair Bolsonaro para praticar todos os tipos de arbitrariedades e perseguição. Por isso a recusa em negociar e a proposta extremamente rebaixada e de ataque aos trabalhadores.
É preciso intensificar a greve e radicalizar para mudar essa situação. As entidades sindicais nacionais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e outras devem se incorporar e apoiar a greve dos metalúrgicos do Espírito Santo no momento de ofensiva dos patrões e fraqueza do governo Bolsonaro.