O Fundo de financiamento estudantil criado por FHC em 2001 e impulsionado no governo de Dilma Rousself em 2010, agora caminha para seu fim. Tal programa que durante o governo Lula e Dilma, abriu uma possibilidade de mercado para as universidades privadas, dentro da política de aliança de classes do governo petista, ao mesmo tempo que ampliava para uma parcela dos filhos da classe média explorada, a possibilidade de manter os estudos à nível superior.
O aprofundamento da crise econômica vem atingindo em cheio a classe média e a suposta renegociação do Fies, proposta pelo governo Bolsonaro, ao mesmo tempo em que é demonstração desta situação de sufocamento econômico de grande parcela da população, também é a demonstração que o governo golpista não quer renegociar e condenar milhões a abandonar a perspectiva de continuação de estudos no nível superior.
Seis, em cada dez pessoas que contrataram o Fies para pagar os estudos têm parcelas em atraso. Conforme dados de abril deste ano são 517 mil contratos com prestações vencidas: mais R$ 2 bilhões de um total de R$ 11,2 bilhões que os universitários pegaram emprestado e ainda não pagaram.
A farsa da proposta fascista do governo Jair Bolsonaro previa que as parcelas vencidas e as não vencidas fossem somadas e realizado um novo cronograma de pagamentos. Com a explosiva taxa de desemprego na estratosfera, menos dinheiro no bolso da classe trabalhadora e da classe média, os estudantes brasileiros financiados pelo Fies não vêem futuro, ainda mais com a manutenção da taxa de juros e a abusiva proposta do governo de obrigar o pagamento de uma entrada no valor de 10% do total da dívida ou R$ 1mil, o que for maior, sendo que as prestações seriam no mínimo de R$ 200,00, além das mensalidades normais de contrato dos cursos, que tem de ser pagas conjuntamente, sem atraso.
Em 20 anos de Fies, essa é a maior dívida acumulada no programa de financiamento estudantil. Já no começo de 2019 o governo Bolsonaro atrasava a concessão e a renovação de cerca de 1 milhão de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Em levantamento feito pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), verificou-se um atraso de R$ 2 bilhões em repasses para faculdades, somente nos dois primeiros meses do ano, já demonstrando a enorme crise.
Apenas 2% dos estudantes, de um total de 547 mil, ou seja, cerca de 11.500 alunos em dívida com o Fundo conseguiram cumprir o abusivo acordo para parcelar os contratos inadimplentes concedidos até o segundo semestre de 2017. De acordo com o MEC, o governo da fraude conseguiu renegociar apenas 14% de um total de R$ 354 milhões.
Através dos dados dos últimos 5 anos podemos ver enorme buraco em que o golpe de estado está colocando a população, em 2014, o Fies era a principal forma de ingresso em cursos de graduação de instituições privadas . Mas as novas restrições impostas pelos governos golpistas fizeram com que a porcentagem de ingressantes com contrato do Fies caísse de 21,3% naquele ano para 5,7% em 2017.
Os dados demonstram que o governo de Jair Bolsonaro não quer renegociar as dívidas condenando milhares de estudantes no país à inadimplência e ao abandono dos estudos, aprofundando o caos social no país.
Enquanto isso a direção da União Nacional dos Estudantes (UNE) compartilha da mesma política do plano B, esperar por 2020, talvez tentando emplacar seu correligionário o governador do Maranhão Flávio Dino de Castro e Costa do PC do B, o mesmo que em 2014 fez campanha junto a Aécio Neves, assim, abandonando a luta contra o golpe, que é a única luta que pode oferecer perspectivas de futuro aos milhões de estudantes brasileiros.