O Frigorífico do Sul Ltda, localizado no município do de Passo de Sobrado, cidade do estado do Rio Grande do Sul, foi interditado por manter inúmeras irregularidades quanto às condições de trabalho dos funcionários.
Foram interditados 15 máquinas, vários setores foram atingidos pelas péssimas condições de trabalho de 116 funcionários.
Conforme fiscais do Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio Grande do Sul de 9 de agosto de 2019, foram identificados 57 acidentes e adoecimentos de trabalho sem emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
Foram interditadas nove máquinas/equipamentos: uma caldeira para produção de vapor, um vaso de pressão de acúmulo de ar comprimido, modelo multiplicador de pressão horizontal, uma centrífuga de limpeza de buchos, dois helicóides operados na sala de miúdos – rosca sem fim – e na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) e quatro serras (uma do chifre, uma do peito e uma da carcaça – as três do setor de abate – e uma do dianteiro. Também foram interditados seis setores / atividades: abate – atividades de insensibilização (dois postos de trabalho, um externo à edificação e outro interno), movimentação manual de cargas em diversos setores, abate sujo – atividade de descoureamento do matambre, abate – atividade de abertura de mandíbula, desossa – atividade de retirada do osso da alcatra, e expedição – atividade de carregamento manual de peças de carne in natura (com osso).
Foram constatadas 11 áreas do frigorífico com irregularidades: atordoamento, abate, sala de miúdos, sala de cabeças, desossa, embalagem secundária, bucharia suja, quarteio, paletização, sala de máquinas e sistema de detecção precoce de vazamento de amônia, mais lavanderia.
Como procede nos demais frigorificos do país, os patrões do Frigorífico do Sul procuram a todo o custo ocultar o tamanho dos estragos causados aos trabalhadores e a falta de condições mínimas para que possam realizar suas atividades. Não há segurança, e muito menos condições mínimas de saúde, não existem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), muito menos proteção dos maquinários, o limite da jornada de trabalho é totalmente desrespeitado, ou seja, os patrões exploram ao extremo seus funcionários fazendo com que haja um esgotamento, tanto físico quanto mental.
Apesar de os patrões do frigorífico se comprometerem com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o que, invariavelmente não cumprem, a única segurança que os trabalhadores têm é a de se mobilizarem contra tamanha tragédia cotidiana dentro de suas instalações e, desta forma, se organizando junto aos sindicatos combativos e de luta, organizar mobilizações, paralizações e até a ocupação da fábrica.