Na noite do último dia 7, a RedeTV exibiu a entrevista que a apresentadora Luciana Gimenez realizou recentemente com o presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro (PSL). Ao longo dessa entrevista, Bolsonaro comentou sobre uma situação que lhe sucedeu nos anos de 1970, enquanto estava no Exército, na qual ele supostamente teria livrado um colega negro de um afogamento. Imediatamente, Bolsonaro utilizou esse exemplo como um pretexto para afirmar que o racismo “é algo raro no Brasil”, depreciando os numerosos casos de racismo que, dia após dia, acontecem no país.
Obviamente, o discurso de Bolsonaro não agradou nada ao grande público, gerando polêmica e levando a uma avalanche de críticas nas redes sociais.
A fala de Bolsonaro é semelhante a de figuras como Ali Kamel, que, aliás, é diretor de jornalismo de outra emissora: a Rede Globo. Kamel publicou em 2006 um livro cujo título patético chama-se “Não somos racistas”. É claro que a intenção dele com esse livro não é defender o cidadão comum e alegar que uma pessoa de origem humilde não seria racista, mas sim, defender a sua classe: a imprensa da burguesia, capacho do imperialismo e dos grandes capitalistas.
Através de argumentos rasos e poucos convincentes, e também com muita demagogia, tanto Bolsonaro como Kamel são figuras que ignoram as estatísticas que apontam para dezenas de milhares de mortes de negros todos os anos, principalmente nas favelas e nas mãos da Polícia. Sem contar que a população negra é a que mais sofre com o analfabetismo, menores salários, maior incidência de desemprego/informalidade e com menor acesso à universidade.
A frase proferida por Bolsonaro em entrevista à RedeTV revela uma política cujo plano é o massacre da população, principalmente a população negra e moradora das favelas. Na verdade, a política bolsonarista e de todos os elementos da extrema-direita tem esse fundamento racista.
Esse plano de ataque ao povo negro precisa ser combatido, mas não com meros discursos ou com críticas nas redes sociais, mas por meio da luta política e pela mobilização das massas, nas ruas. Os coletivos que defendem a causa do povo negro devem levantar a palavra de ordem “Fora Bolsonaro” e mobilizar esse setor, junto com todas as organizações de luta dos explorados, imediatamente, para combater os golpistas.