Pela quarta vez nos últimos quatro anos a Espanha passará por eleições parlamentares. As eleições desse domingo foram chamadas por conta de o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) não conseguir maioria absoluta nem acordos que o permitissem governar, apesar de ter vencido as últimas eleições.
Para tentar formar um governo, o atual presidente Pedro Sánchez flertou com outros partidos de esquerda e com partidos de direita, tudo para tentar não ir novamente para as eleições. O partido de direita Ciudadanos, impôs como condição para a investida de formar um governo do PSOE, que o presidente abandonasse seu apoio para o governo de Navarra (governo de esquerda que possui fortes ligações com o antigo grupo ETA, que age pela libertação do país Basco), que prometesse não indultar os dirigentes catalães presos por tentar a libertação da Catalunha, além de retirar a categoria de região autônoma da Catalunha, e que não aumentasse impostos.
Pedro Sánchez capitulou com a direita e prometeu não indultar os presos, nem aumentar os impostos, mas não rompeu com o governo de Navarra nem retirou a parcial independência da Catalunha.
Agora, por ter levado uma política de capitulação diante dos ataques da direita, o PSOE deve perder dois lugares no parlamento Espanhol, prorrogando ainda mais a crise, pois pesquisas apontam que o partido deve passar de 123 para 121 parlamentares.
Quem se fortalece no país é a extrema direita do Vox, que deve passar de 24 lugares para 46, praticamente dobrando seu número de deputados.
O Partido Popular, tradicional partido da direita conservadora, também deve crescer, passando de 66 deputados para 91.
Outros partidos como o Podemos, partido pequeno burguês, e o Ciudadanos, de direita, estão em queda livre. O Ciudadanos, aquele mesmo que fez as exigências direitistas para que o PSOE formasse governo, faz uma virada em sua política, tentando se aliar ao PSOE e dizendo que praticamente não fará mais exigências para a investida de formar governo.
Os resultados eleitorais devem resultar em uma polarização e uma crise política ainda maior no país imperialista, que já conta com grandes mobilizações da população catalã pela sua liberdade. A crise da Espanha, porém, não pode ser entendida como algo isolado no mundo, pois presenciamos uma crise geral do capitalismo.
A Espanha é um dos países que mais tende a se desintegrar na atualidade, pois conta com várias regiões que desejariam a separação de Madrid, sendo as mais conhecidas a Catalunha, o País Basco e a Galícia. Os protestos da Catalunha pela separação devem mexer muito nas próximas eleições, levando possivelmente alguns assentos para a CUP, Candidatura de Unidade Popular da esquerda separatista.