No último período, foram registrados diversos ataques do estado carioca, sob o comando de Wilson Witzel, contra a população pobre e negra do Rio de Janeiro. Em um deles, a menina Ágatha foi executada com um tiro de fuzil, e, até o momento, ficou tudo por isso mesmo.
A população organizou uma série de protestos contra a repressão policial. É comum o sentimento de que a polícia precisa ser parada, de que a polícia não deve mais existir, de que a repressão tem alvos específicos, negros, pobres e trabalhadores.
A esquerda, por outro lado, procura dar um contorno pacífico para o problema. Pedindo “paz”, querendo o “fim da violência”, fazendo atos com camisas brancas, em pedido de paz, sem colocar em questão a necessidade da população se organizar para dar um basta a opressão policial.
Essa esquerda acredita nas instituições, acredita que existe o chamado estado democrático de direito, que a democracia sobrevive e deve durar para sempre. Acredita que o Poder Judiciário e os demais poderes constituídos irão dar conta de solucionar os problemas dos setores oprimidos pelo capitalismo, pelos golpistas.
É essa crença que permite Lula ficar preso, e, por outro lado, depositar todas as fichas da luta contra o golpe nas eleições de 2020, ou mesmo nas eleições de 2022. Ou seja, mais uma vez a saída institucional. A saída através de organizações controladas pelos próprios golpistas, por gente da estirpe de Witzel, Sérgio Moro, Bolsonaro, etc.
O que está colocado, e isso já faz algum tempo, é organizar a disposição das massas de lutar contra os golpistas, e, no caso do Rio de Janeiro, de se defender diante dos ataques dos aparatos repressivos do Estado, que receberam, de todos os órgãos, carta branca para matar o povo.
Essa disposição já foi demonstrada mais de uma vez. Desde a invasão do Complexo do Alemão pelas Unidades de Polícia Pacificadora, e pelas Forças Armadas, a população tem organizado protestos e manifestações pela saída dos policiais e soldados das favelas cariocas.
Tal como foi colocado no debate apresentado pela companheira Natália Braga Pimenta, sobre o Programa de Transição de Leon Trótski, é preciso dar um caráter revolucionário ao sentimento das massas, à disposição de luta que elas tem apresentado. É preciso superar, por fim, as amarras da esquerda, que não consegue ver outra saída que não se adaptar ao regime dos golpistas.
Está na ordem do dia organizar lutar pela autodefesa do povo carioca, que sofre todos os dias com a repressão do Estado. Praticamente a mesma repressão vista em outras unidades da federação, especialmente depois do golpe de Estado. A polícia está mais à vontade para atacar o povo.
É reagir à altura diante dos ataques, organizar os conselhos de segurança, enfim, impor uma dura derrota aos golpistas e suas organizações assassinas do povo.