Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Dia de Luta do Povo Negro

Dia 20/11: como travar a luta dos negros?

Ao contrário da esquerda pequeno-burguesa, que busca adaptação ao golpe de Estado, é preciso colocar em marcha uma luta para derrotar a direita racista

Hoje, 20 de novembro, é celebrado Zumbi dos Palmares, guerreiro negro que, através da força organizada do Quilombo dos Palmares, conseguiu resistir por mais de um século às investidas das potências escravistas. Luta que se encerrou, com o massacre dos negros, em 1710, mas revelou toda a disposição de luta dos negros contra o regime de escravidão, que acabaria em 1888. 

Antes de mais nada, é preciso ver como o movimento negro e a esquerda pequeno-burguesa enxerga o problema da luta do negro, para entender a aparente paralisia dessas organizações diante do golpe de Estado, diante da direita no comando do governo. Em quase todos os casos veremos que o que se busca é a adaptação ao regime dos escravistas.

Por um longo período, o movimento negro ainda buscou manter uma imprensa independente, capaz de agrupar em torno de si as reivindicações elementares do negro. Essa tradição foi, pouco a pouco, sendo abandonada, e, no lugar dela, ficou a “reivindicação” de que a imprensa burguesa seja mais democrática, que, por algum motivo misterioso, apresentasse a luta do negro em seus veículos de comunicação. 

Obviamente essa política não deu certo. O que aconteceu, na verdade, foi a compra descarada de integrantes do movimento negro para servirem de “cotistas”, ou para serem o verniz democrático na imprensa da direita. É o caso de vários colunistas de grandes jornais da burguesia. 

Outra política de adaptação é a parlamentar. Essa arrastou uma parcela considerável do movimento negro nas últimas décadas. Estabeleceu-se  toda uma disputa parlamentar, dentro dos partidos pequeno-burgueses, para ver qual negro irá receber recursos e qual negro será eleito, independente de programa de luta, independente de qualquer vinculação do parlamentar com a luta do negro. Essa foi outra política falida, mas que até os dias atuais ainda rende preocupação do movimento negro pequeno-burguês, que se revela, também, dentro dos partidos, especialmente o PSOL, mestre em demagogia racial. 

Mais recentemente ganhou destaque a “luta” identitária. Ou seja, a luta moral, contra ofensas raciais, de caráter abertamente subjetivo, de afirmação racial, do “empoderamento”, do “lugar de fala”, enfim, toda uma parafernália desenvolvida pela classe média do movimento negro, que, já satisfeita com as migalhas do sistema, buscam se adaptar e apresentar uma aparência combativa com essas ideias.

É um elemento de confusão porque distorce a luta do negro, tira a luta da realidade, dos problemas reais do povo negro, e caminha para uma discussão de palavras, subjetiva, do que pode ou não ser dito, de quem pode ou não falar alguma coisa. O resultado disso não poderia ser outro que não a censura. E quem tem o poder oficial de censurar? O Estado. E é assim que, ao contrário do alegado, a política identitária caminha para o reforço dos aparelhos repressivos da burguesia, caminha para aumentar, justamente, a força daqueles que massacram o negro trabalhador. 

Não se tem em mente a derrubada do regime da burguesia, dos golpistas, da direita que lincha o povo negro. A preocupação é abertamente moral, de não ser ofendido, mesmo que a PM execute cinco mil negros ao ano, isso já não é mais problema (por enquanto) para a pequena-burguesia negra, que crê estar a salvo das mazelas do sistema. A preocupação, agora, é ficar bem com a burguesia branca racista, colaborar, integrar, fazer parte do regime de opressão.

O 20 de novembro deve colocar em discussão a necessidade do negro se organizar em torno das suas reivindicações mais sentidas. A questão, por exemplo, da autodefesa está na ordem do dia, e os comitês com essa característica precisam ser organizados para por abaixo a repressão da direita golpista. Tal como fez Zumbi, organizar o negro e reagir à altura contra os ataques do regime racista, às últimas consequências.

É preciso ter claro que o negro deve se aliar com toda a classe operária, contra o regime golpista. Derrotar Jair Bolsonaro, posto que este é o comandante das operações que estão levando milhares de negros ao desemprego, à fome, à morte neste exato momento. Não é possível esperar mais, como quer a esquerda pequeno-burguesa, que quer aguardar eleições, que aguarda que o regime dos racistas resolva o problema do racismo. 

Pelo contrário, é preciso promover a reunião, a organização do povo negro, retomar a imprensa negra, com suas reivindicações. Lutar pela derrubada do regime dos golpistas e, em conjunto com a classe operária, de maioria negra no Brasil, lutar pelo socialismo. 

Os duros anos de golpe de Estado revelam que não é possível uma conciliação com a burguesia racista. Mostram que é preciso se opor, de maneira organizada e consequente, através da construção de um partido revolucionário, aos desmandos dos golpistas, do imperialismo, inimigo último do povo negro e trabalhador.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.