Na próxima sexta-feira (dia 16), o técnico da seleção brasileira, Tite, convocará os 23 jogadores que disputarão os amistosos de setembro contra Colômbia e Peru, nos Estados Unidos, e a imprensa golpista, dando continuidade à sórdida campanha de desmoralização dirigida a Neymar, já começou a fazer pressão para que o jogador não seja incluído na lista de convocados.
Valendo-se de um artifício recorrente, os monopólios de comunicação não defendem sua posição de maneira categórica e aberta; mais propriamente, sugerem, prescrevem sorrateiramente, pressionam de forma mais ou menos oculta. É o que acontece em matéria do portal UOL, assinada por Bruno Grossi.
Nela, o autor faz um apanhado da “crise que paira sobre Neymar”. Menciona que o jogador foi hostilizado pela torcida do PSG, seu clube atual; que o jogador ainda não jogou nenhum jogo, oficial ou amistoso, desde que se recuperou de sua última lesão; que o seu futuro está indefinido, podendo envolver uma saída conturbada do PSG; que o jogador sofre de grande rejeição das torcidas dos clubes interessados em seu futebol; que ele tem acumulado “episódios polêmicos” em sua carreira, e assim por diante.
Desenhando o pano de fundo, a “crise” em que Neymar se encontra, o jornalista, ao mesmo tempo, vai dando indicações da conclusão a ser tirada a partir desse cenário. Afirma, primeiro, que a comissão técnica tem “certa preocupação com atletas que tiveram pré-temporada tardia na Europa” e que “Esse receio aumenta com Neymar”. Depois, pontua que “há um debate sobre a coerência de uma convocação de Neymar neste momento, sem que ele esteja em atividade. Em seguida, é a vez de levantar o “risco de turbulência para a seleção brasileira” causado pela presença de Neymar — ainda mais que a nada turbulenta CBF “trabalha para que o ambiente do time canarinho seja mais calmo e profissional”. Por último, mas não menos importante, relembra o “bom desempenho da seleção na campanha do título da Copa América, quando Neymar acabou cortado por lesão”.
Malandramente, o artigo mistura argumentos supostamente técnicos — como a dúvida em relação à convocação de jogadores que tiveram pouco tempo de pré-temporada — com argumentos moralistas — a turbulência e o prejuízo ao ambiente que Neymar causaria na seleção —, além, é claro, de endereçar já uma ameaça ao técnico Tite, com a promessa de questionamento a respeito da “coerência” do treinador, em caso de convocação do atacante brasileiro.
Para um partido operário, socialista e revolucionário, que atua num país atrasado, dominado pelo imperialismo, como o Brasil, é mais do que fundamental defender as manifestações culturais autênticas das massas oprimidas, que estão sempre sob o ataque dos órgãos da direita ligada ao capital monopolista estrangeiro. Neste momento, a imprensa capitalista, inimiga do povo, encontra-se unida no ataque ao melhor jogador brasileiro da atualidade, ao jogador que, de certa maneira, personifica as melhores características do futebol brasileiro. É preciso se colocar frontalmente contra esse ataque, sob pena de formar, consciente ou inconscientemente, uma “frente única” com a direita golpista.