O dia em Brasilia começou com o fechamento de rodovia e militantes protestando contra cortes no orçamento da Educação
Mesmo com as ameaças do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do Ministro da Justiça, Sérgio Moro – que acionou a Força Nacional para intimidar os manifestantes do ato realizado nesse dia 13 de agosto, convocado inicialmente pela União Nacional dos Estudantes e assumida por Centrais Sindicais, Confederações, Sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos, o ato foi realizado como demonstração de força contra o governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro.
Embora tenha prevalecido nos chamados da manifestação, palavras de ordem contra os ataques do MEC à Educação Pública, em particular às universidades e Institutos Federais, estiveram igualmente e fortemente presentes aquelas contra a reforma da Previdência, por Lula Livre e pelo Fora Bolsonaro, inclusive com a presença da militância do Partido da Causa Operária sustentando uma gigantesca faixa, distribuindo adesivos e panfletos.
O ato ganhou reforço da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, que se junta à já tradicional Marcha das Margaridas, com um contingente enorme de indígenas de diversas etnias e locais do país, exigindo mais demarcação de terras indígenas, respeito aos direitos indígenas, entre os quais uma política de saúde diferenciada, dignidade para os povos indígenas.
Os partidos políticos estavam presentes, com suas bandeiras erguidas, suas faixas e palavras de ordem, prevalecendo o FORA BOLSONARO. O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (Sindisep), o Sindicato dos Professores do DF (SINPRO-DF)– aderindo à Greve Nacional da Educação, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras entidades sindicais, fizeram-se presentes e garantiram apoio ao ato.
Uma das estimativas indica a presença de mais de 10 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios no dia 13 de agosto, dia em que deputados apreciam a Medida Provisória 881, chamada de Medida Provisória da Liberdade Econômica, que nada mais é que um aprofundamento da Reforma Trabalhista, e visa desregulamentar ainda mais o trabalho, com mais ameaças a direitos garantidos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), por exemplo possibilita o trabalho aos domingos, flexibiliza controle de ponto, ameaça jornadas de trabalho especiais (como a dos bancários), torna facultativa a criação de CIPAs nas empresas, o fim do e-social (ou seja, um retrocesso para o trabalhador doméstico), entre outras barbaridades.
Enquanto certos setores da esquerda relutam, e até boicotam, a chamada para retirar Bolsonaro, rejeitando a palavra de ordem FORA BOLSONARO inclusive, o que os manifestantes e o povo em geral têm claro é que não vão ser esmagados por Bolsonaro e a extrema-direita por quatros anos sem reação.
O ato do dia 13 de agosto foi grande e vigoroso, mas poderia ser ainda maior se os sindicatos assumissem a tarefa de derrotar este governo e não fazer resistência a políticas parciais, uma vez que Bolsonaro não vai parar seus ataques aos direitos que ainda restam para os trabalhadores. Do mesmo modo, a presença dos partidos foi relativamente tímida, inclusive se comparada com a do ato anterior, no dia 12 de julho.
Apesar disso, o ato deixou claro que o governo não fala sozinho e que o povo tem clareza de que é preciso acabar com o governo Bolsonaro o mais rápido possível.