No Rio de Janeiro e em São Paulo, no dia 30 de julho, foram realizados atos em defesa de Glenn Greenwald, fundador do jornal The Intercept. O ato do Rio de Janeiro foi convocado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), ao que se somaram os comitês contra o golpe e Lula Livre de São Paulo.
A importância do ato se deu diante da ofensiva do governo bolsonarista, que procurou recentemente apontar uma série de medidas no sentido de reprimir o The Intercept buscando censurar a divulgação dos vazamentos da Lava Jato, que revelam uma atuação criminosa da Sérgio Moro com os procuradores da Lava Jato.
Procurando atacar a liberdade de imprensa, Sérgio Moro e Bolsonaro declararam que Glenn Greenwald cometeu crimes ao divulgar informações da Lava Jato, montaram um esquema de perseguição por meio do pretexto de supostos “hackers” que teriam roubado as conversas sigilosas, e além disso, para ameaçar Greenwald, que é norte-americano, Sérgio Moro assinou uma portaria (666) para deportar elementos “perigosos” dentro do Brasil. Isso, entre outras coisas.
Os atos, por isso, foram importantes no sentido de defender a liberdade de imprensa. Porém, não foi apenas isso que marcou as manifestações. Diante da intensa crise do governo, que recentemente defendeu a tortura e a ditadura militar, os atos foram marcados pelas palavras de ordem Fora Bolsonaro e Lula Livre, revelando o aprofundamento da crise do regime golpista.
Em São Paulo, principalmente, os atos foram convocados de forma espontânea, que marcou seu caráter reduzido, com a presença de alguns setores do PT, PCO, PSOL e independentes. Porém, o repúdio a Bolsonaro e exigência de que ele saísse do governo foi generalizado. Palavras de ordem pedindo a “anulação da eleição” e novas eleições foram marcantes na manifestação.
No Rio de Janeiro, em que o ato foi maior, também foi defendido a palavra de ordem Fora Bolsonaro, que se tornou mais popular que todas as outras. Setores do MBL, fascista, tentaram provocar os manifestantes, mas foram escorraçados por militantes do PCO e de outros setores da esquerda que se encontravam no local.
Com isso, revela-se uma grande desmoralização do golpe e uma radicalização de todo um movimento que já levanta a palavra de ordem Fora Bolsonaro, de forma espontânea. Além disso, todo um setor dos militantes da luta contra o golpe que se recusam até então de colocar a palavra de ordem, agora, estão apoiando a política, o que revela uma tendência de que toda a população participe da luta pela derrubada do governo ilegítimo.
Vídeo de enfretamento com o MBL no RJ:
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