O governo do estado do Paraná aprovou a expansão da lei 19.130/2017, conhecida como “programa escola segura”. A proposta é expandir o número de policiais militares da reserva que queiram se candidatar a fazer a vigilância das escolas estaduais através do pagamento de bonificações instituídas como a Diária Especial por Atividade Extrajornada Voluntária e a Gratificação Intra Muros. A aprovação aconteceu na última quarta-feira, 6 de novembro, em primeiro turno na sessão plenária na Assembleia Legislativa do Paraná.
Outra alteração é de que os policiais militares estaduais que foram transferidos para a reserva a qualquer tempo possam se candidatar a fazer o trabalho sujo da PM dentro da escola. Estes policiais andam armados entre os alunos e profissionais da educação. Entretanto, não há necessidade para tal. Os alunos não representam mal para policiais, por mais desorganizados que possam ser. Os professores muito menos, tanto que muitas vezes são vítimas de agressões.
Portanto, a presença de policiais reformados na escola serve para que? A fim de criar um clima de perseguição constante instaura-se um estado de monitoramento. Por exemplo, um professor para cumprir sua ementa de conteúdos, passando por Marx, terá que justificar seus métodos a todo momento. No fim se trata de mais uma tentativa de censura da direita. Seu objetivo é que os professores ensinem apenas conteúdos que não levem à reflexão crítica da sociedade.
Nesse sentido, a política pública da direita é criar os mecanismos de um clima inquisitório. Se o escola sem partido não é aplicado, é preciso perseguir professores que tenham atividade política fora das escolas, sejam em sindicatos ou, ainda, em partidos políticos. Visto que os sindicatos dos professores costumam ter posições democráticas ou até mesmo revolucionárias, a direita deseja impor pela força que uma classe normalmente originária da pequena burguesia do estado apresente estas posições.
É por este motivo que o sindicato dos professores do Paraná, a APP, deve se posicionar contra essa medida autoritária do governador Ratinho Jr. que agora tenta esconder seu apoio a Bolsonaro na campanha eleitoral do ano passado criticando seus filhos. Agora apela para frases sem muito significado a respeito da liberdade de Lula, mas não esconde o fato de ser filho do dono do Paraná, o apresentador do SBT e empresário, Carlos Massa. É uma tentativa clara de se reciclar, assim como outros políticos direitistas que fizeram isso recentemente.