Reunido nesta quarta feira, dia 30, em São Paulo, com a presença de representantes de mais de 50 entidades, dentre partidos de esquerda (como o PT, PCO, PSOL e PCdoB), organizações sindicais (como a CUT e a CTB), organizações populares nacionais (como o MST e a CMP) e muitas outras organizações de luta dos explorados, o Comitê Nacional Lula Livre, realizou um debate sobre a situação política e aprovou um importante calendário de mobilizações em defesa da liberdade do ex-presidente, contra os ataques do governo golpista e em defesa da Venezuela, diante da ofensiva do imperialismo para derrubar o governo Maduro.
Embora expressando a confusão política que domina a esquerda após as eleições fraudulentas na qual em sua maioria se viu dominada pela ilusão da possibilidade de sair vitoriosa no processo controlado pela direita que condenou, prendeu e cassou Lula pisoteando a Constituição para permitir a eleição de um candidato golpista, a reunião expressou as crescentes tendências a ampliação da mobilização contra a direita golpista e seus ataques.
Mesmo não havendo ainda um consenso em torno da necessidade de levantar uma meio político central contra o governo ilegítimo, o Fora Bolsonaro e todos os golpistas, e mesmo tendo presente colocações de setores que apontam no sentido de priorizar a disputa de espaços no congresso nacional, seja capitulando e apoiando o candidato à presidente da Câmara de Bolsonaro e da direita fascista, deputado Rodrigo Mais, com o propõe o PCdoB, seja encenando uma disputa com fins claramente eleitorais e oportunistas, como propõe o PSOL, o encontro expressou a rejeição amplamente majoritária à política de colaboração e capitulação de setores da esquerda que propõe apoiar o governo Bolsonaro e suas iniciativas reacionárias, desejando-lhe sucesso e atuando unificadamente com seus setores mais reacionários, como no caso da repressão do povo trabalhador junto com o ministro Sérgio Moro, chefe da criminosa operação lava jato.
O encontro expressou ainda a crescente desilusão (antes tarde do que nunca!) de setores da esquerda com a possibilidade de que haja uma solução jurídica para a perseguição à Lula, consolidando se a posição de as instituições golpistas não irão soltar Lula, só o povo mobilizado pode libertá-lo.
A reunião do Comitê Nacional realizou-se no dia seguinte ao da plenária de entidades da Frente Brasil Popular e reafirmou várias dos encaminhamentos propostos por ela.
De imediato, o encontro aprovou a realização de atos unificados em todas as regiões do País em defesa da Venezuela, contra o golpe de estado que o imperialismo norte-americano procura impulsionar, que serão realizados no próximo dia 8, em frente à Embaixada (DF) e Consulados venezuelanos em todo o País.
Para organizar e fortalecer a mobilização necessária na próxima etapa foi deliberada a realização da Plenária Nacional Lula Livre, no dia 16 de março, em São Paulo, com o objetivo de reunir milhares de ativistas que se agrupam nos Comitês de Luta contra o Golpe, Comitês Lula Livre e outras entidades e movimentos, visando deliberar os próximos passos dessa luta unificada, no momento em que fica cada dia mais evidente que se a esquerda se unir e mobilizar amplamente os setores explorados a direita será colocada para correr.
Ficou aprovado ainda a realização da III Conferência Nacional da Frente Brasil Popular, nos dias 30 e 31 de março, na Escola Nacional de Formação Florestan Fernandes, do MST, em Guararema (SP), que deve debater a realização do Congresso Nacional do Povo, realizar um balanço dos últimos acontecimentos e debater as perspetivas da luta contra o golpe.
O encontro aprovou ainda a a realização de atos pela liberdade de Lula em todo o País, com destaque para São Bernardo do Campo e São Paulo, entre os dias7 e 10 de abril, quando se completa um ano da prisão de Lula. Ficou acertado também a realização de atos em diversos países, nas embaixadas brasileiras, que serão organizados por comitês internacionais.