Na noite de 19 de dezembro de 2001 aconteceu a insurreição popular que passou à história como Argentinaço. No mesmo dia, o governo neoliberal de Fernando De La Rúa decretara o Estado de Sítio, o que fez como que dezenas de milhares de pessoas tomassem as ruas para manifestar seu repúdio às políticas neoliberais, que haviam levado o país a uma situação econômica insustentável, de desespero e miséria. A repressão policial foi violenta contra as manifestações, deixando um saldo de 39 assassinatos.
A insurreição popular do Argetinaço dá início a uma série de mobilizações de rua, que causaram a queda de diversos Presidentes da República e produziram profundas instabilidades no regime político. A população se organizou, sem a direção de partidos e sindicatos, em Assembleias Populares, que debatiam os problemas e tomavam decisões nas ruas.
A mobilização revolucionária das massas contra o neoliberalismo e a crise política abriram o caminho para a chegada ao poder dos governos nacionalistas burgueses, caso da ascensão dos Kirchner na Argentina. Nos demais países da América do Sul, ocorreu o mesmo com a ascensão de Hugo Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Fernando Lugo no Paraguai e a chegada ao poder por meio das eleições de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil.
Os governos nacionalistas burgueses, conciliadores por natureza, implementaram programas sociais, em grande medida paliativos, que visariam ao combate à profunda miséria que o neoliberalismo havia causado nas massas.