Da redação – Dias Toffoli, recentemente tornado presidente do STF, nomeou como “assessor” ao assumir o cargo um general da reserva, Fernando Azevedo e Silva. Oficialmente, o chefe do STF é Toffoli, e o general é seu assessor. No entanto, é muito difícil acreditar que isso de fato seja assim. O mais provável é que o STF esteja sob o comando do general, que participou da formulação das propostas de campanha do candidato Jair Bolsonaro. Da mesma forma que o governo de Michel Temer é comandado por outro general, Sérgio Etchegoyen, que comanda a ABIN e teve a oportunidade de demonstrar quem realmente governa durante a greve dos caminhoneiros.
Aparentemente, o general que manda no STF já está influenciando as opiniões do ministro Toffoli. O presidente do STF declarou que não se refere à ditadura militar de 1964 nem como “ditadura” nem como “revolução”. Agora, “depois de aprender com o ministro da Justiça Torquato Jardim”, Toffoli se refere ao “movimento de 1964”. Toffoli disse também que para “os dois lados” tornou-se conveniente “culpar os militares”. O assessor do general fez essas declarações durante um evento que comemorava o aniversário de 30 anos da Constituição de 1988. A mesma Constituição que foi rasgada durante o golpe de Estado que colocou a direita sem votos no poder.
Um dos pontos em que a Constituição foi rasgada refere-se à prisão em segunda instância. O STF passou por cima da lei para manter lula preso. Na ocasião em que julgou um pedido de habeas corpus do ex-presidente logo antes de sua prisão, o STF foi ameaçado pelo general Villas Bôas por meio do Twitter. Hoje em dia essa ameaça não precisaria ser feita, já que um general está “assessorando” o tribunal pessoalmente. As instituições já operam sob a sombra dos militares.