Rui Costa Pimenta mostra que a luta desesperada para vencer a eleição fez a esquerda abrir mão do seu programa.
“Vamos imaginar um cenário no qual o Haddad vá para o segundo turno. O que ele vai falar? Vai falar dos salários? Terras para os camponeses? Não. Ele vai falar que para vencer do Bolsonaro precisamos dos coxinhas, anti-coxinhas, antifascistas. E para que esse povo todos no apoie nós precisamos ficar, nós mesmos, bem coxinhas. Vai ficar parecido com a Ana Amélia. Aí vai ficar aquela coisa desmoralizante.
Quando saiu a última pesquisa, dizem os jornais, o PT se dividiu e a ala direita disse o Haddad teria que acalmar o mercado. Mas, salvo engano, a bolsa está calmíssima, o dólar caiu e tudo mais. Mas vejam só a jogada da ala direita do PT: “precisamos nos colocar a serviço doa grandes tubarões para ganhar a eleição”. Aí fica a pergunta: Pra que ganhar a eleição nessas condições? O que é mais importante, o cargo ou os interesses que você defende?
Chega uma hora que ninguém sabe mais o que tá fazendo, a única coisa que restou para a esquerda como programa é derrotar o Bolsonaro. Porque o Bolsonaro seria o fascismo e o fascismo seria demais, estaria fora da democracia. Mas nós não temos mais democracia”