Durante o ano foi possível ver algumas formas que a esquerda pequeno-burguesa atua diante dos problemas políticos, diante do golpe de Estado. Uma das mais importantes derrotas do movimento de luta contra o golpe pode ilustrar isso, que foi a prisão ilegal de Lula.
Diante desse ataque, a esquerda burguesa foi dominada pela ilusão de que, primeiro, seria possível conter em alguma medida a ofensiva da direita por meio de ações no judiciário, garantindo-se a liberdade (mesmo que provisória) de Lula e sua candidatura presidencial.
Por outro lado, influenciados pelo abandono de Lula e defensores de um “plano B”, buscaram semear a ilusão de que seria possível derrotar a direita em eleições fraudulentas, sem a participação de Lula. Era a ilusão de derrotar o golpe por meio de uma das mais fraudulentas eleições de todos os tempos.
Em oposição a estas ilusões, setores da esquerda – destacadamente os organizados em comitês de luta contra o golpe, pela anulação do impeachment, por Lula Livre etc. – expressam cada vez mais a compreensão da necessidade de retornar a mobilização contra os golpistas. Mobilização como uma forma de impor derrotas ao regime golpista.
O único caminho capaz de derrotar o golpe e a ofensiva da direita contra o povo brasileiro é o da mobilização nas ruas, por isso as Conferências Estaduais de Luta Contra o Golpe o Fascismo chamaram, neste último domingo (16), a realização de um “Réveillon vermelho” em Curitiba (PR), no próximo dia 31.
Trata-se não apenas se solidarizar com o ex-presidente Lula, preso político do regime arbitrário que vigora no País, mas também – e principalmente – de impulsionar uma perspectiva de luta e de independência dos golpistas desde as primeiras horas do ano, tendo como ponto de partida e de unificação em torno da luta pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos, juntamente com o combate contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e seus ataques.